Quatro espécies de gramíneas forrageiras tropicais [Brachiaria mutica (Forsk) Stapf , Brachiaria humidicola (Rendle) Schweickerdt, Echinochloa pyramidalis (Lan.) Hitch. & Chase e Echinochloa polystachya (H.B.K) Hitch.] foram submetidas a valores crescentes de saturação por bases, em dois solos distintos [Plintossolo pétrico litoplíntico (solo1) e Plintossolo háplico eutrófico (solo2)] da Ilha de Marajó-PA, com a intenção de se determinar sob condições de casa de vegetação qual saturação possibilita maior produção de matéria seca, aliada à nutrição mineral adequada. O delineamento estatístico foi inteiramente ao acaso com 5 tratamentos e 3 repetições, onde cada espécie cultivada em cada tipo de solo constituía um delineamento independente, perfazendo 8 ensaios no total. Os tratamentos estabelecidos foram 10, 30, 50, 70 e 90% de saturação por bases para o solo1 e 15, 35, 55, 75 e 95% para o solo 2. A quantidade de calcário utilizada para cada tratamento foi estabelecida por meio de equações geradas em um pré-ensaio de incubação realizado exclusivamente para esta finalidade. Foram coletadas informações sobre produção da parte aérea por três cortes consecutivos, sendo no ato do terceiro corte quantificada a produção total de raízes. A cada corte foram também quantificados os números de perfilhos produzidos, sendo o material vegetal coletado submetido à composição botânica, separando-se em 3 frações distintas (lâminas foliares em expansão, lâminas foliares expandidas e caule + bainha). No segundo e terceiro corte as areas foliares foram mensuradas. As folhas foram analisadas para determinação de macro e microminerais, bem como para proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDN), lignina e digestibilidade"in vitro"da matéria orgânica (DIVMO). Após o período de incubação dos solos e após cada corte foram realizadas coletas de amostras de solo para análise. Devido às elevadas ) adubações nitrogenadas realizadas, houve aumento da acidificação dos solos ao longo dos cortes realizados, sendo que as parcelas testemunhas de ambos os solos apresentaram saturação de AI acima de 90% ao final do experimento, tendo-se porém, constatada evidente diferença de poder tampão entre os solos avaliados. As respostas nos parâmetros de produção de parte aérea e raízes variaram com a espécie e com o tipo de solo. Podendo-se classificar pelos resultados obtidos a seguinte ordem decrescente das espécies avaliadas em relação à necessidade de calagem: B. mutica > E. pyramidalis > E. polystachya > B. humidicola. O benefício da calagem esteve estreitamente relacionado ao fornecimento de cálcio e em menor grau ao de magnésio, já que em todas ocasiões em que a calagem interferiu significativamente a produção, 90% desta foi alcançada na primeira dose de calcário utilizada, situação esta em que os solos ainda apresentavam elevada acidez e altos teores de AI trocável. Em relação à composição das folhas, na maioria das oportunidades observaram-se aumentos nos teores de Ca e Mg, relação Ca/Mg e B; reduções nos teores de Na, Fe, Mn e Zn e não efeitos significativos para P,K, S, PB, FDN, FDA, DIVMO e lignina em função das crescentes saturações por bases avaliadas. Contudo variações foram observadas para as diferentes espécies vegetais bem como entre os solos avaliados

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