O objetivo do estudo foi avaliar o efeito da raça sobre a reatividade de cavalos policiais. Para isto, foram utilizados 21 cavalos da raça Brasileiro de Hipismo (BH) e 32 cavalos Sem Raça Definida (SRD), pertencentes ao Regimento da Polícia Montada 9 de Julho da Polícia Militar de São Paulo. Os cavalos foram submetidos a um protocolo composto por cinco testes: ponte guiada e montada, novo objeto, humano passivo e ativo, aos quais foram atribuídos escores aos comportamentos. Para análise dos dados, foi utilizado o modelo linear generalizado, considerando-se o efeito de animal em estrutura de medida repetida e comparação entre frequência de escores possíveis dentro de cada parâmetro e entre raças. Foi observado efeito da interação (raça e escore) sobre o comportamento exploratório no teste humano passivo (P<0,05), com menor reatividade para a raça BH. Para os comportamentos de contato com o humano e distância, observou-se efeito de frequência de ocorrência de escore (P<0,05). Os cavalos não tocaram o humano, mas mantiveram-se próximos ao humano. No teste da ponte guiada houve efeito da interação (raça e escore) para a movimentação até a ponte (P<0,05), no qual o BH movimentou-se linearmente até à ponte exibindo menor reatividade. Os cavalos SRD ficaram distribuídos entre os escores de movimentar-se reto até a ponte ou ficar estático, apresentando menor uniformidade em seu comportamento e maior reatividade. Foi observado efeito de frequência de ocorrência de escores sobre os comportamentos: movimentação em frente à ponte, membros colocados sobre à ponte e transposição (P<0,05). Os cavalos apresentaram movimentos lineares ou lateralizados e transpuseram a ponte calmamente. A raça exerce influência na reatividade e consequentemente no temperamento de equídeos.

The aim of the study was to evaluate the effect of breed on the reactivity of police horses. For this, 21 horses of the breed Brasileiro de Hipismo (BH) and 32 horses with Mixed Breed (MB) belonging to the Regiment of the Mounted Police "9 of July" of the Military Police of São Paulo were used. The horses were submitted to a protocol consisting of five tests: guided and mounted bridge crossing, new object, passive and active human approach, to which behavior scores were attributed. For data analysis, the generalized linear model was used, considering the animal effect in repeated measurement structure and comparison between frequency of possible scores within each parameter and between breeds. There was an interaction effect (breed and score) on exploratory behavior in the passive human approach test (P<0.05), with lower reactivity for the BH breed. For the behaviors of contact with the human and distance, there was an effect of frequency of occurrence of score (P<0.05). The horses did not touch the human, but remained close to the human. In the guided bridge crossing test there was an interaction effect (breed and score) for the movement to the bridge (P<0.05), in which the BH moved linearly to the bridge exhibiting lower reactivity. The MB horses were distributed among the scores of moving linearly to the bridge or standing still, presenting less uniformity in their behavior and higher reactivity. There was an effect of the frequency of occurrence of scores on the behaviors: movement in front of the bridge, limbs placed on the bridge and transposition (P<0.05). The horses presented linear or lateralized movements and crossed the bridge calmly. Breed influences reactivity and, consequently, equine temperament.