Essa pesquisa busca investigar como os Estados Unidos lidam com a ascensão de potências comerciais emergentes, propondo que tal manejo ocorre por meio de uma política comercial reativa baseada em medidas unilaterais, quando acordos mutuamente satisfatórios não são alcançados. Para compreender essa postura norte-americana e analisar os determinantes que conduzem a uma escalada até o ponto de desencadear uma guerra comercial, utilizamos o arcabouço teórico da Teoria dos Jogos, empregando, especificamente, um jogo sequencial de informação perfeita e completa. Esse jogo, aplicado na análise de dois estudos de caso, Estados Unidos-Japão e Estados Unidos-China, revelou, através destes exemplos, nuances estratégicas e padrões comportamentais sobre a dinâmica das relações comerciais entre os Estados Unidos e seus parceiros comerciais emergentes. Como principal conclusão, percebemos que a adoção de medidas unilaterais reativas por parte dos Estados Unidos se dá após uma análise estratégica dos payoffs que essa medida pode trazer, vis-à-vis as ações do país a quem são direcionadas. Destarte, ainda que estas medidas impliquem em custos altos, impactando não apenas as relações bilaterais, mas também reverberando globalmente, elas podem ser a escolha ótima para Washington a depender do contexto em questão, resultando na necessidade de estratégias adaptativas para potências emergentes, como o Brasil, que buscam preservar seus interesses em um cenário internacional dinâmico.

This research examines how the United States deals with the rise of emerging trading powers. It proposes that this is done through a reactive trade policy based on unilateral measures when mutually satisfactory agreements are not reached. To understand this U.S. stance and to analyze the determinants that lead to an escalation to the point of triggering a trade war, we used the theoretical framework of Game Theory, using a sequential game with perfect and complete information. This game, applied to the analysis of two case studies, U.S.-Japan and U.S.-China, revealed, through these examples, strategic nuances and behavioral patterns about the dynamics of trade relations between the United States and its emerging trading partners. Our main conclusion is that the adoption of reactive unilateral measures by the United States follows a strategic analysis of the payoffs that these measures can convey relative to the actions of the country against which they are directed. Thus, even though these measures entail high costs that affect not only bilateral relations but also reverberate globally, they may be the optimal choice for Washington, depending on the context, leading to the need for adaptive strategies for emerging powers, such as Brazil, that seek to preserve their interests in a dynamic international scenario.