Este trabalho busca salientar a importância do ensino de desenho à mão nos cursos de Arquitetura e Urbanismo, com foco no desenho de observação, que possibilita um contato atento com objetos e a realidade urbana. Para isso, foi realizado o resgate de conceitos sobre as origens do desenho de arquitetura e com base na fenomenologia da percepção, instauramos três instâncias do ato do desenho a partir das quais realiza-se a revisão bibliográfica e a leitura de dois estudos de caso: a visual, a sensorial e a cognitiva. Ademais, os estudos das disciplinas de desenho nos cursos de Arquitetura e Urbanismo no Instituto de Arquitetura e Urbanismo (Universidade de São Paulo, campus São Carlos, Brasil) e na Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (Porto, Portugal), pretenderam entender as metodologias de ensino, mas principalmente, como cada escola explora o desenho à mão, seja como ferramenta de projeto, comunicação, expressão pessoal ou representação gráfica. Verifica-se o desenho de observação como ponto de partida dos ciclos pedagógicos, de onde se derivam outras propostas para a mediação de um olhar atento, uma percepção sensível dos espaços e da cidade, de seus registros pelo desenho e interações nos processos de projeto.

This work aims to highlight the importance of teaching freehand drawing in the courses of Architecture and Urbanism, focusing on the observation drawing, which allows a close contact with objects and urban reality. In order to do so, we have retrieved concepts about the origins of architectural drawing and based on the perception phenomenology, we set up three instances of the drawing act from which the bibliographic review and reading of two case studies are performed: the visual, the sensory and the cognitive. In addition, studies of the subjects of drawing in the Architecture and Urbanism courses at the Institute of Architecture and Urbanism (University of São Paulo, Campus São Carlos, Brazil) and at the Faculty of Architecture of the University of Oporto (Oporto, Portugal) pretend to understand teaching methodologies, but mainly, as each school explores drawing by hand, as a tool for design, communication, personal expression or graphic representation. The observation drawing is seen as the starting point of the pedagogic cycles, from which other proposals are derived for the mediation of an attentive look, a sensitive perception of the spaces and the city, of its registers by the drawing and interactions in the design processes