• JoomlaWorks Simple Image Rotator
  • JoomlaWorks Simple Image Rotator
  • JoomlaWorks Simple Image Rotator
  • JoomlaWorks Simple Image Rotator
  • JoomlaWorks Simple Image Rotator
  • JoomlaWorks Simple Image Rotator
  • JoomlaWorks Simple Image Rotator
  • JoomlaWorks Simple Image Rotator
  • JoomlaWorks Simple Image Rotator
  • JoomlaWorks Simple Image Rotator
 
  Bookmark and Share
 
 
Tese de Doutorado
DOI
https://doi.org/10.11606/T.11.1900.tde-20231122-092821
Documento
Autor
Nome completo
Ernesto Patermiani
Unidade da USP
Imprenta
Piracicaba, 1954
Título em português
Estudos sobre as raças do milho indígena “Caingang”
Palavras-chave em português
LINHAGENS VEGETAIS
MELHORAMENTO GENÉTICO VEGETAL
MILHO
Resumo em português
1 - A principal finalidade do presente trabalho foi promover um estudo do milho indígena cultivado pelos índios da tribu Caingang, um grupo étnico que ocupava antigamente uma grande área compreendida pelos Estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio-Grande do Sul. Atualmente, o grupo está reduzido a poucas aldeias sob os cuidados do S.P.I. (Serviço de Proteção aos Índios). O material estudado, em parte colhido pessoalmente por nós em 1953 e em parte enviado por outras pessoas em anos anteriores, provêm de cinco localidades cujas situações geográficas estão assinaladas na pag. 17 e na Fig. 1. 2· Foram adotadas as seguintes definições: Uma raça é um grupo de indivíduos relacionados, com suficientes característicos hereditários em comum para permitir o seu reconhecimento como um grupo, e com uma distribuição geográfica definida. Raças antigas são aquelas que tem uma origem tão remota no tempo que não é possível estabelecer para as mesmas uma origem híbrida. Raças sintéticas são aquelas que, segundo se supõe, originaram-se por meio de hibridações de outras raças, notadamente das raças antigas, e que depois foram selecionadas para um determinado tipo. Raças indígenas são aquelas encontradas em cultivo pelos índios não civilizados e que, segundo se acredita, vêm sendo cultivadas por esses povos selvagens, desde épocas pré-colombianas. Raças comerciais são aquelas cultivadas pelos agricultores civilizados, e que já estão adaptadas ao modo de cultivo por parte desses agricultores. 3. - Para fins descritivos, os caracteres usados devem satisfazer os seguintes quesitos: a) Permitir medições ou contagens, fornecendo assim dados, que possam ser submetidos a uma análise estatística; b) não ser sujeitos a uma excessiva variação fenotípica. Porém, quando referências a tais caracteres modificáveis tornam-se indispensáveis as observações devem ser obtidas de material cultivado em condições ambientais idênticas. c) não possuir uma variabilidade estatística excessiva. Usamos como indicação desta variabilidade, o coeficiente de variação, e para o presente material, chegamos à conclusão de que um coeficiente de variação até 16% indica uma variação pequena, até 21% indica uma variação grande, mas ainda aceitável, sendo que valores superiores a 21% indicam caracteres excessivamente variáveis (Fig. 14). d) caracteres de natureza qualitativa como a coloração, por exemplo, podem ser usados, desde que sejam suficientemente constantes. Os caracteres analisados são citados na fig. 14. 3-4 - Caracteres das plantas:- Entre os caracteres mencionados na tabela 7, a altura da planta e altura da espiga são fenotipicamente muito variáveis, exigindo para o seu estudo, dados obtidos de culturas em condições idênticas. É interessante assinalar, que a altura da planta e a altura da espiga estão correlacionadas com a latitude de origem, o mesmo acontecendo com o tempo requerido da semeadura à floração. Foi observada ainda uma certa variação fenotípica referente ao diagrama de internódios da planta. O número de folhas acima e abaixo da espiga, mostrou-se menos afetado ainda pelas condições ambientais. 3-2 - Caracteres da flecha:- Dente os caracteres assinalados nas tabelas 8 e 9, apenas o comprimento da bainha da última folha mostrou-se medianamente afetado pelas condições de ambiente. Os demais podem ser considerados como fenotipicamente estáveis. No milho Caiugang como em geral em raças sulamericanas, as últimas folhas da planta, adquirem um aspecto de espatas, encobrindo a inflorescência masculina até pouco antes da deiscência do pólen. Os dados sobre o número de ramificações de 2ª, e 3ª ordem são extremamente variáveis. 3-3 - Caracteres da espiga:- Os dados referentes à espiga, assinalados nas tabelas 10 e 11, são os mais constantes de todos os demais, justificando assim o seu emprego de preferência para a classificação de raças. 4 - são os seguintes os resultadas do estudo do material e da análise estatística: 4-1 - O milho mais característico dos Caingang, denominado dente branco Caingang, se divide pelos menos em dois grupos regionais: o do Paraná e o de São Paulo, mostrando ainda indicações das formações de sub-raças locais. 4-2 Numa única ocasião verificamos em cultivo pelos Caingang, um milho amarelo amiláceo que corresponde, quanto ao tipo da espiga e grãos, ao milho predominante dos Guarani do Sul, índios estes que ocupam uma área contígua ao oeste da área dos Caingang. As diferenças entre o Caingang dente branco e o Amarelo Ivaí são bastante grandes, provando assim que tratam-se de raças diferentes. 4-3 - Recebemos numa ocasião, procedente de índios Caingang, uma amostra de milho pipoca, a qual entretanto produziu descendências tão heterogêneas que não pode ser estudada do ponto de vista racial. 4-4 - As médias referentes aos caracteres das sub-raças dente branco (de São Paulo e do Paraná), bem como da raça Amarelo Ivaí, encontram-se nas páginas 55 e 56. 5 - Origem do dente branco Caingang: 5-1 - Comparando o dente branco Caingang com outros tipos de dente indígenas, como os da Bacia Amazônica, e dente Capio, o milho de Cuzco, dentes da Colômbia, dentes do México, bem como o “Corn belt dente”, foi verificado que a raça dos Caingang deve ser considerada completamente "sui generis", isto é, como raça antiga. 5-2 - O milho dente branco Caingang não pode ser considerado como raça antiga sintética, porque não são conhecidas, na região, outras raças antigas, que por cruzamento, poderiam ter dado origem ao milho Caingang. 5-3 - Foi adotada a hipótese, já ventilada na literatura, de que a origem dos milhos indentados em geral deve ser atribuída de um lado à existência, na reserva genética das populações, dos gens responsável s pela indentação, e de outro lado a uma preferência dos antigos índios Caingang, que promoveram uma seleção massal favorecendo o acúmulo e a fixação desses gens. 5-4 - Não encontramos nenhum característico no milho Caingang, que possa ser considerado como primitivo. Foi atribuída especial atenção a questão dos aleles do locus Tu. Não encontramos no Caingang a existência de outro alele senão do recessivo Tu. 6 - Para o melhorista o milho dente branco Caingang pode oferecer um ótimo material pelas seguintes razões: possue espigas cilíndricas, apresenta bom tipo de indentação, embora seja do tipo amiláceo, é adaptado ao clima tropical e subtropical, apresentando ainda uma alta capacidade combinatória geral. Apresenta apenas o defeito, para as nossas condições, de apresentar coloração branca.
Título em inglês
Not available
Resumo em inglês
1) The main objective of the present paper is a study of indigenous maize cultivated by the Caingang indians, an ethnical group which formerly occupied a large area in Brasil from São Paulo to Rio Grande do Sul. Actually the tribe is reduced and restricted to a few reservations, under the “Indian Protective Service”. The material studied, collected partly by us and partly by others, came from five settlements, as indicated on pg. 17, and on Fig. 1. 2) The following definitions are used: A race is a group of individuals which have a sufficient number of hereditary characters in common to permit them to be recognized as a group, and which occupy a definite area. Old races are those which had an origin in times long passed making it impossible to indicate with certainty any predecessors. Synthetic races are those for which an hypothesis may be formulated as to the old races which served as parents of a hybrid from which, in turn, the new race was obtained by selection. Indigenous races are those which are still grown by uncivilized tribes and which have been in cultivation in the area since Precolombian times. Commercial races are those which are grown by present day farmers and which have become adapted to modern conditions of cultivation and marketing. 3) Characters which may be used with advantage for the description of races should satisfy the following requirements: a) to allow measurements or counts, thus furnishing data which may be submitted to a statistical analysis; b) to be free of excessive phenotypic variability. However if phenotypically variable characters have to be used, special care must be taken in comparing only plants grown under identical conditions. c) not to have too much statistical variability as shown by the coefficient of variation. In our material, we came to the conclusions that coefficients below 16% show little variability, below 21% a still tolerable degree of variability and above 21% an excessively high variability (Fig. 14). d) qualitative characters, such as colors, may be used as far as they are sufficiently constant. 3-1. Plant characters: ( table 7). Height of plant and of the ear on the stalk are phenotypically variable characters requiring that measurements be taken under constant conditions of cultivation. It is interesting to note that the Caingang material shows a negative correlation between these characters and the latitude from which the samples came. Earliness ( time of flowering) is phenotypically variable to a certain degree, and the number of leaves above and below the ear are still more constant. 3-2 - Tassel characters: (table 8 and 9). Only the length of the sheath of the last leaf varies somewhat with the environment. The number of tassel branches shows a considerable statistical variability. The Caingang corn shows, as do many South American races, the tassel still partially covered by the last leaves of the plant when ready for shedding pollen., 3-3 - Ear characters: (tables 10, 11 and 12) - The characters are rather constant, thus justifying their extensive use for identifying and describing races. 4. The study and analysis of the material showed the following: 4-1 – “Caingang white Dent”, the most characteristic type grown by this tribe, may be divided into at least two groups: races from São Paulo and from Paraná. It may be subdivided probably still further into local subraces. 4-2 - In one instance, a yellow soft corn was found cultivated by the Caingang, and in this case the ear resembled the type grown by the southern Guarani, which live just west of the Caingang. The difference between “Caingang White Dent” and “Ivai Yellow” are sufficiently pronounced to show that they belong to different races. 4-3 - One sample of popcorn was also received, but the descendants were variable and heterogeneous as to not allow a description of this type which is more common among the Guarani. 4-4 - The main characters of the two geographical subraces of “Caingang White Dent” and of “Ivai Yellow” are given on pg. 55 and 56. 5. Origin of Caingang White Dent: 5-1. Comparing this race with other types or races of dent corn, such a indigenous dent from the Amazon Basin, from the Andean highland, from Cuzco, from Colombia or from Mexico, and also with cultivated races from Mexico and the USA, it became evident that Caingang Dent is quite different from any other dent corn, and thus should be considered as an independent "old race". 5-2. There is no reason to consider Caingang Dent as a synthetic, since no races are known from the region in general which, after crossing, may yield a white dent corn. Thus the hypothesis; already mentioned in the literature, was accepted that genes for denting are scattered in populations of other types as part of the genetical reserve, and, furthermore, that the old Caingang started a selection in favor of those genes, obtaining a high degree of accumulation and fixation. 5-3. No primitive traits were found in Caingang Dent, and special attention was paid to the presence of allele of the Tu locus. Everything indicates that the normal recessive Tu allel is present. 6. Caingang Dent offers promising material for breeding programs, for the following reasons: a well formed cylindrical ear, kernels of a good dent type though perhaps somewhat too soft, adaptation to tropical and subtropical climate, and very good general combining ability. As far as São Paulo is concerned, the only disadvantage is the dominant white color of the endosperm.
 
AVISO - A consulta a este documento fica condicionada na aceitação das seguintes condições de uso:
Este trabalho é somente para uso privado de atividades de pesquisa e ensino. Não é autorizada sua reprodução para quaisquer fins lucrativos. Esta reserva de direitos abrange a todos os dados do documento bem como seu conteúdo. Na utilização ou citação de partes do documento é obrigatório mencionar nome da pessoa autora do trabalho.
Patermiani-Ernesto.pdf (16.97 Mbytes)
Data de Publicação
2023-11-24
 
AVISO: Saiba o que são os trabalhos decorrentes clicando aqui.
Todos os direitos da tese/dissertação são de seus autores
CeTI-SC/STI
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP. Copyright © 2001-2024. Todos os direitos reservados.