Tesis Doctoral
DOI
https://doi.org/10.11606/T.11.1900.tde-20240301-143424
Documento
Autor
Nombre completo
Carlos Jorge Rossetto
Instituto/Escuela/Facultad
Fecha de Defensa
Publicación
Piracicaba, 1972
Director
Título en portugués
Resistência de milho a pragas da espiga, Helicoverpa zea (Boddie), Sitophilus zeamais Motschulsky e Sitotroga cerealella (Olivier)
Palabras clave en portugués
GORGULHO
LAGARTA-DA-ESPIGA
MILHO
RESISTÊNCIA À PRAGA
TRAÇA-DOS-CEREAIS
Resumen en portugués
Foram realizados estudos básicos para a obtenção de variedades ou hibridos de milho resistentes à pragas que infestam a espiga apenas no campo, Helicoverpa zea (Boddie) e que infestam espigas no campo continuando a infestação no milho já colhido e armazenado, Sitophilus zeamais Motschulsky e Sitotroga cerealella (Olivier). A maior parte dos trabalhos foram feitos com Sitophilus zeamais. Como todo trabalho de resistência de plantas está intimamente associado à avaliação de danos causados pela praga objeto de estudo, foi discutido no inicio do trabalho a utilização da escala de notas utilizada por vários autores para estimar a porcentagem de grãos infestados por Sitophilus. Essa escala é a seguinte: 0,1 a 5% de grãos infestados (nota 1); 5,1 a 15% de grãos infestados (nota 2); 15,1 a 40% de grãos infestados (nota 3); 40,1 a 70% de grãos infestados (nota 4); 70, 1 a 100% de grãos infestados (nota 5). Espigas representativas dessas notas foram escolhidas e uma fotografia foi utilizada para servir de padrão de comparação para dar notas às espigas. A mesma escala foi utilizada para avaliar o dano causado por Sitotroga cerealella e por Sitophilus zeamais. O orificio de emergência do adulto de Sitotroga, é uniformemente arredondado e antes da emergência apresenta um opérculo transparente, enquanto que o orificio de Sitophilus apresenta os bordos desuniformes, quebrados. Para comparação dos danos causados por Helicoverpa zea utilizou-se a escala proposta por WIDSTROM (1967), que e a seguinte: ausência de infestação (nota 0); infestação da lagarta sem atingir a espiga (nota 1); infestação penetrando menos de 1 cm de profundidade nos grãos (nota 2); penetração entre 1 e 2 cm de profundidade (nota 3); assim por diante, acrescentando-se um grau na nota, ao número de centimetros do superior da classe de profundidade. Outro problema básico no estudo de variedades limite resistentes é a obtenção de grande número de insetos, sem o que toda a pesquisa fica comprometida. Os estudos com Helicoverpa zea e Sitotroga cerealella foram feitos com infestações naturais, que são fortes e relativamente uniformes. As infestações de Sitophilus zeamais, em geral são bem desuniformes e crescem lentamente devido ao baixo ritmo de oviposição diária do inseto, Um método de criação artificial dêsse inseto foi discutido, baseado no método de STRONG et alii (1967). O sorgo mostrou-se muito mais vantajoso que o milho para a criação de Sitophilus zeamais. Ficou demonstrado que os insetos criados em sorgo não tiveram comportamento diferente dos insetos criados em milho, quando foram utilizados em testes de variedades de milho e sorgo. Em face desse resultado optou-se pela utilização do sorgo, como substrato para criação de Sitophilus zeamais, pois é um cereal relativamente fácil de ser cultivado nas condições de Campinas, São Paulo, e o número de S. zeamais que se criou em sorgo foi 4 a 6 vêzes maior, que o número que se criou em milho. O número de Sitophilus apropriado para infestar amostras de grãos debulhados, de 10 gs, de diferentes variedades com finalidade de comparar o seu comportamento, foi objeto de experimentação, bem como a influência de se apanhar os insetos ao acaso ou apanhando-os com o sexo controlado, sendo exatamente metade fêmeas e metade machos. Foi verificado que se infestando essas amostras com 20 insetos tomados ao acaso, discriminava-se os tratamentos relativamente bem, sem o enorme trabalho que exige a separação de machos e fêmeas, que necessita ser feita com binocular. A separação dos sexos mostrou a vantagem de dar um número maior de descendentes, mas não discriminou melhor os tratamento que era o principal objetivo do trabalho. Uma técnica para infestação de espigas por Sitophilus zeamais foi investigada. Chegou-se à conclusão que as espigas podem ser colocadas de pé, em armações de madeira com fundo de tela, que podem ser acopladas uma sobre as outras e mantidas em sala com temperatura e umidade favoráveis ao desenvolvimento dos Sitophilus. As espigas podem depois ser infestadas individualmente com 20 Sitophilus zeamais, cuja idade da fase adulta deve estar entre 20 e 50 dias. Para infestar cada espiga utilizou-se um saquinho de papel, dentro do qual eram colocadas 20 Sitophilus e o saquinho era emborcado sobre a espiga e preso com uma argola de elástico. A comparação dos danos era feita 100 dias após a infestação e foi observado que nesse periodo o comportamento das variedades podia se definir melhor, que apenas com 50 dias após a infestação. O estudo comparativo de variedades na forma de grãos debulhados e das mesmas variedades na forma de milho em palha, demonstrou que elas podem ter comportamento diferente, conforme a forma em que o teste seja realizado. Quando testado na forma de milho em palha a variedade Cateto foi muito resistente a Sitophilus zeamais quando comparado à Azteca Maya. O milho Cateto é do tipo duro, enquanto as outras são milho dentado, e na forma de milho em palha a dureza do milho provavelmente é um fator bem importante no comportamento das variedades, em relação a Sitophilus zeamais. Quando testados na forma de grãos debulhados a variedade Azteca mostrou uma tendência para ser mais resistente que Cateto e Maya, demonstrando que quando as variedades são comparadas na forma de grãos debulhados a dureza do grão não tem influência na resistência. Verificou-se que a razão para esse comportamento distinto da mesma variedade testada na forma de grão debulhado e de milho em palha é o local do grão, onde o Sitophilus zea mais faz a postura. No grão debulhado a maioria dos ovos são depositados na pontinha do grão, próximo ao embrião, enquanto que no milho em palha inicialmente os ovos são postos na única parte do grão que fica exposta, que e a região costal, mais dura. Após a primeira geração os Sitophilusdescendentes, penetrando no interior de um grão danificado, podem por ovos por baixo em um grão vizinho. Foi feita uma comparação entre os danos causados à espiga superior e inferior da mesma planta de milho, utilizando¬-se centenas de plantas prolificas das variedades Azteca Prolifico V e Cateto Prolifico V. Foi verificado que em geral as espigas maiores, as de cima, são mais danificadas por Sitotroga cerealella cerealella e por Sitophilus zeamais e têm menor comprimento e pressão na ponta da palha, que a espiga de baixo. Não foi constatada diferença significante em relação a Helicoverpa zea. Isto demonstrou que espigas menores em geral são mais resistentes a Sitophilus zeamaise Sitotroga cerealella. Como geralmente a prolific