Tese de Doutorado
DOI
https://doi.org/10.11606/T.11.1900.tde-20240301-143600
Documento
Autor
Nome completo
Hamilton Dias Bicalho
Unidade da USP
Data de Defesa
Imprenta
Piracicaba, 1960
Orientador
Título em português
Contribuição à sistemática do gênero Catasetum L. C. Rich (Orchidaceae)
Palavras-chave em português
ORQUÍDEA
SISTEMÁTICA VEGETAL
Resumo em português
1 - Estudos sobre evolução filogenética podem ser baseadas, numa revisão taxonômica profunda nos grupos em estudo, para que se possa avaliar a variação geral existente na natureza. O presente trabalho e uma contribuição ao assunto, tomando como material do estudo algumas espécies do gênero Catasetum L. C. Rich. 2 - Todo o trabalho se baseou nas observações em plantas cultivadas atualmente nos ripados da Secção o Instituto de Genética, coletadas no seu habitat por pessoal técnico deste Instituto ou a ele oferecido por pessoas de inteira confiança. Como não possuíssemos representantes de todas as espécies, resolvemos restringir o estudo as espécies das quais estavam a nossa disposição um número razoável do espécimes. Feito o estudo, verificamos que o material estudado pode ser organizado em quatro grupos: espécies relativamente pouco variáveis, espécies bastante variáveis, agrupamentos de espécies e espécies de pouca frequência, possivelmente de origem híbrida. 3 - No capítulo relativo às espécies pouco variáveis e que neste trabalho estavam representadas pelas espécies: Catasetum atratum Ldl., Catasetum cernuum(Ldl.) Reichb.f., Catasetum saccatum Lindl., Catasetum spitzii Hoehne e Catasetum trulla Ldl., demonstrou-se pelo exame do material vivo, acompanhado pela análise da bibliografia a pouca ou quase inexistência de variação nos órgãos florais. Depois do estudo do material vivo bem como pelas descrições e citações contidas na literatura chegamos a conclusão que as seguintes quatro espécies são suficientemente homogêneas não permitindo a distinção de variedades Catasetum atratum Ldl., Catasetum cernuum (Ldl.) Reichb.f., Catasetum saccatum Ldl., Catasetum spitzii Hoehne e Catasetum trulla Ldl. No que diz respeito ao Catasetum saccatum parece existir uma certa variação de coloração distinguindo as três subsp.: chrystianum (RJichb.f.) Mansf., incurvum (Klotzsch) Mansf. e typum não havendo todavia critérios morfológicos suficientes para mantê-las em separado. 4 - Foram analisados em maior detalho duas espécies: Catasetum discolor Ldl. e Catasetum fimbriatum (Morren) Ldl. Em ambos os casos chegamos a conclusão ser justificado a separação de subespécies com característico morfológicos bastante distintivos e com distribuição fitogeográfica bem distinta. Catasetum discolor Ldl. subsp. discolor (Ldl.) Bic. Das Guianas até Norte do Pará. Parece-nos pouco diferente do Catasetum cassideum Linden & Reichb.f . da Bacia Amazônica; mas não tendo tido ocasião de estudar material vivo deixamos por enquanto esta forma como subsp. cassideum (Linden & Reichb.f.) Bic. Temos em segundo lugar a subsp. róseo-album (Hook) Mansf. que evidentemente se extende desde o Pará até Rio de Janeiro que é bastante diferente do Catasetum discolor Ldl. subsp. discolor ( Ldl.) Bic. Ficamos em dúvida a respeito do Catasetum claesianum Cogn, e por isso o mantivemos provisoriamente como subsp. associada a subsp. roseo-album (Hook.) Mansf. Parece-nos ainda que dentro desta última subsp. deve haver mais outras diferenciações pois tanto no que diz respeito ao labelo como referente ao comprimento de sépalos e pétalos encontramos diferenças entre o nosso material, coletado em Vigia, no Pará e na Baia. Finalmente em 3º lugar mantivemos a subsp. fimbriatum Reichb.f. em vista dos seus característicos bem pronunciados constatado em Bot. Mag., embora não possuíssemos material vivo. No Catasctum fimbriatum (Morren) Ldl. foi-nos possível distinguir 3 subsp.: a subsp. fissum Reichb.f. predomina no sudeste do Brasil onde é a espécie mais comum do gênero encontrado. Ela é substituída mais ao norte pela subsp. inconstans (Hoehne) Mansf. (Mato Grosso a Goiás) o a oeste pela subsp. morrenianum Mansf. (Bolívia o Paraguai). 5 - No 6º capítulo tratamos de um grupo de espécies do leste do Brasil desde São Paulo até Baia. A análise do material posto a nossa disposição resultou na manutenção de duas espécies as quais, respeitando o princípio da prioridade, devem ser denominadas Catasetum hookeri Ldl. e Catasetum purum Nees & Sinnings. Mantivemos duas subespécies: a subsp. labiatum (Barb.Rdr.) Cogn. e a subsp. imschootianum (Cogn.) Bic. ficando como sinônimo o Catasetum triste Reichb.f. O Catasetum purum. Nees & Sinnings espécie muito bem definida do Sul da Baia, Pernambuco até Rio de Janeiro. Os conceitos de Catasetum micranthum Barb. Rdr. e Catasetum globiflorum Hook, foram considerados como inválidos sendo que de acordo com as ilustrações contidas na literatura parece tratar-se simplesmente do estado juvenil, isto é, de flores em abertura mas não completamente abertos. Tomando como consideração os demais característicos consideramos o Catasetum globiflorum Hook. como representante da forma juvenil do Catasetum hookeri Ldl. subsp. labiatum (Barb. Rdr.) Cogn. e o Catasetum micranthum forma juvenil do Catasetum purum Nees & Sinnings. 6 - No capítulo 7 foram feitas referências a duas formas raras: uma mencionada na literatura e outra na nossa coleção. O Catasetum cernuum (Ldl.) Reichb.f. subsp. rodigasianum (Rolfe) Mansf. originalmente descrita como espécie por Rolfe estava a nossa disposição em um exemplar proveniente do Paraná. Tomando em consideração as espécies encontradas na região e os característicos do individuo estudado não pode haver dúvida da relação próxima com o Catasetum cernuum (Ldl.) Reichl.f. que também possui um labelo trilobado com lobos agudos. Interpretando a forma como híbrido interespecífico parece-nos unicamente que o Catasetum atratum Ldl. poderá ter entrado em combinação com o Catasetum cernuum (Ldl.). Outro suposto híbrida descrito sob nome Catasetum cernuum rohrii Pabst deverá ser confirmado como sinônimo do Catasetum rodigasianumRolfe. Entre o material coletado em Pernambuco encontramos um indivíduo que mostra grande afinidade ao Catasetum bartbatum Ldl. que ocorre na mesma região. Considerando que o espécime foi encontrado junto com plantas do Catasetum purum Nees & Sinnings possuindo ainda a mesma coloração desta última espécie formulamos a hipótese do híbrido natural entre o Catasetum barbatum e o Catasetum purum Nees & Sinnings hipótese a ser confirmada mais tarde por cruzamento artificial. Não tendo sido ainda descrita a forma em questão demos o nome de Catasctum marcilii Bic.
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Data de Publicação
2024-03-12