Empregando-se o método do éter monoetílico do etileno glicol, determinou-se a superfície específica de 43 amostras. de solo nas seguintes condições: solo original, solo isento de matéria orgânica e solo sem óxidos de ferro livres. Essas amostras correspondem a 5 perfis de solos com horizonte B textural e 4 perfis de solos com horizonte B latossólico. Os solos de perfis com horizonte B textural apresentaram valores mais baixos de superfície específica que os solos de perfis com horizonte B latossólico. A fração argila, todavia, apresentou valores mais elevados nos solos de perfis com horizonte B textural que nos solos de perfis com horizonte B latossólico. Os valores mais elevados de superfície específica estão relacionados com a presença de minerais de argila 2:1 na fração argila e na fração limo do perfil T.2875 a 2879. Estudou-se a influência da matéria orgânica, dos óxidos de ferro livres e dos cátions trocáveis sobre a superfície específica do solo. Pôde-se estimar a superfície específica aparente da matéria orgânica como sendo de 770 m²/g. Calculou-se, também, a superfície específica dos óxidos de ferro livres, os quais apresentam valores de 77 a 234 m²/g, com um valor médio de 158 m²/g. Os catíons trocáveis exercem influência na retenção do EMEG pelo solo, e os valores mais elevados de superfície específica são encontrados em solos saturados com cálcio. É analisada em detalhe a correlação entre a superfície específica e outras características, como CTC, retenção de água pelo solo a 1 e a 15 atmosferas de tensão e teor de argila do solo. Excelente correlação foi obtida entre a superfície específica e a CTC inorgânica, com um coeficiente de correlação de 0,979, 0,988 e 0,989 para os solos com horizonte B textural, respectivamente nas condições de solo original, solo sem matéria orgânica e solo isento de óxidos de ferro. Para os solos de perfis com horizonte B latossólico nas mesmas condições, os coeficientes de correlação foram os seguintes: 0,834, 0,908 e 0,894. A correlação entre superfície específica e retenção de água pelo solo foi altamente significativa, obtendo-se os coeficientes de correlação 0,919 e 0,945 para os solos de perfis com horizonte B textural, respectivamente para 1 e 15 atmosferas de tensão. Para os solos de perfis com horizonte B latossólico, os coeficientes de correlação para 1 e 15 atmosferas foram, respectivamente, 0,855 e 0,857. A partir das equações que relacionam superfície específica e CTC, pôde-se calcular a área de uma posição de troca para cada condição do solo estudado, obtendo-se valores de 98, 108 e 93 Ă² para os solos de perfis com horizonte B textural, respectivamente no solo original, no solo sem matéria orgânica e no solo isento de óxidos de ferro livres. Para os solos de perfis com horizonte B latossólico, os valores de uma posição de troca foram, para as mesmas condições de solo, 146, 215 e 145 Ă². Da relação CTC/St, calculamos a densidade de carga dos solos, densidade essa que é expressa em elétrons por milimicro quadrado. São apresentados os valores médios de densidade de carga como, também, a sua distribuição ao longo dos perfis.