O presente trabalho visou estudar a natureza da flora microbiana das acumulações limosas, de indústrias de chapas de fibras da madeira e, apresentar subsídios ao seu controle. O estudo das causas do problema envolveu a caracterização, macro e microscópica, dos materiais limosos; o isolamento de microrganismos em cultura pura, pelos métodos de diluições em série e isolamentos dirigidos às hifas mais frequentes do limo; o estudo dos hábitos vegetativos e reprodutivos das hifas mais frequentes do limo; e o confronto das características de crescimento “in vitro”, dos microrganismos isolados do limo, com as principais características do limo “in natura”. Em todos os isolamentos, conservação e manutenção das culturas, cultivo dos microrganismos “in vitro” e biotestes, utilizou-se o meio natural de “água servida”. Pelos resultados obtidos, foram extraídas as seguintes conclusões: 1. As acumulações limosas de indústrias de chapas de fibras da madeira são constituídas, essencialmente, de uma trama miceliana à qual agregam-se bactérias e leveduras em aglomerados mucilaginosos, fibras e uma variedade de impurezas. 2. De maneira geral, as estruturas hifálicas mais frequentemente associadas com os materiais limosos, foram hifas hialinas, com septos em relevo e espessura média de 7,8 μ hifas 3. A natureza da flora microbiana do limo mostrou-se complexa tendo sido isoladas, em maior frequência, várias espécies dos gêneros Trichosporon, Kluyveromyces e Penicillium e, em menor frequência, uma série de Deuteromicetos, leveduras e algumas bactérias não identificadas. 4. Trichosporon cutaneum mostrou-se estreitamente associado às acumulações limosas, uma vez que, ocorreu sempre em maior frequência nos isolamentos; e, suas características de crescimento “in vitro” foram análogas as principais características do limo “in natura”. 5. Não foram constatados microrganismos termófilos na flora microbiana do limo, tendo sido inibidos “in vitro” por incubação contínua a 45°C. 6. O Santophen I (0-benzil-P-clorofenol), a 80 ppm do P.A., e o Merpacine (fenil acetado de mercúrio), a 10 ppm do P.A., inibiram o crescimento “in vitro” da flora microbiana das acumulações limosas.

The purpose of the present work was to study the nature of the microbial population of slime accumulations in fiberboard industries, as well as to suggest alternatives to its control. The diagnosis of the problem involved: a) macro and microscopic characterization of slime accumulations; b) isolation of microrganisms in pure culture by the dilution plate method and direct isolation of the most frequent hyphae in the slime; c) a study of the vegetative and reproductive habits of the most frequent hyphae in the slime; and d) a comparison of the characteristics of slime microrganisms growth “in vitro” with the main characteristics of the slime accumulation “in natura”. Isolation, slime microrganisms growth “in vitro”, and biotest, as well as conservation of isolates in pure culture were carried on using waste water as natural means. From the results obtained the following conclusions could be drawn: 1. The slime accumulations were essentially formed by mycelial mats to which fibers and other wood constituents, impurities, bacteria and yeasts were aggregated, forming mucilaginous agglomerates. 2. The most frequent microscopic characteristic in slime accumulation were the hyphae hyalines, with well-defined septa and 7.8 μ in diameter. 3. The microbial population of the slime showed to be very complex. Several species of the genera Trichosporon, Kluyveromyces and Penicillium were most frequently isolated and a series of Deuteromycetes, yeasts and a few unidentified bacteria were less frequent. 4. Trichosporon cutaneum was closely related to slime accumulation once it was the most frequently isolated organism; and its growth characteristics "in vitro" were analogous to the main ones of the slime “in natura”. 5. Thermophilic microrganisms were not found in slime microbial population, once a continuous “in vitro” incubation under 45°C inhibited them. 6. The Sautophen I (0-benzyl-P-chlorophenol) at 80 ppm of a.i., and Merpacine (mercuric phenyl acetate) at 10 ppm of a.i., inhibited the microbial population growth of slime accumulation "in vitro".