No presente trabalho foram estudados aspectos sobre a fisiologia da reprodução e sobre a patogenicidade de Ascochyta phaseolorum Saccardo. Através da realização de ensaios sob condições “in vitro” em placas de Petri ou em frascos erlenmeyers foi estudada a influência de vários fatores sobre a reprodução. Essa influência variou, em alguns casos, com o isolado, e muitas vezes se mostrou altamente complexa. Resumidamente, algumas das condições mais favoráveis foram: nível de 5 g de glucose/litro com sulfato de amônio ou com 0,1 g de N da caseína (casaminoácido) para formação de picnídios, ou ainda, 0,1 e 2,0 g de N do Nitrato de sódio, independentemente do nível de glucose e, para exsudação de conídios foi o de 10 g de glucose e 0,1 g de N. nitrato de sódio por litro de meio; a sobreposição de disco de papel de filtro na superfície do meio estimulou, em BDA, a produção de picnídios e, embora não o tenha feito em meio de algodão e berinjela, neste último, estimulou a exsudação de conídios; suspensão de esporos foi o inóculo para plaqueamento mais favorável à reprodução do fungo. A irradiação do micélio jovem com luz UV ou incubação sob condições de luz alternada tem efeito indutor sobre a formação de picnídios, sendo que incubação à luz contínua também tem efeito indutor, mas dependendo de outros fatores, como composição do meio pode ter efeito inibitório. A influência do pH do meio pode ser expressa por uma curva de aspecto bimodal tanto em relação ao peso seco de micélio como em relação ao número de picnídios. Variabilidade foi observada entre os isolados do fungo em relação à morfologia e fisiologia da reprodução. Através de testes de patogenicidade conduzidos ou em casa de vegetação ou em salas climatizadas se observou a ocorrência de variação também quanto à patogenicidade de diferentes isolados do fungo. A variedade Híbrida Piracicaba F₁ -100 de berinjela pode-se comportar como resistente a alguns isolados de A. phaseolorum da mesma forma como o é a P. vexans, sendo, aparentemente, mais relacionada com o desenvolvimento do patógeno do que com a penetração; o método mais adequado de inoculação para diferenciar os graus de severidade de doença foi o da pulverização de suspensão de esporos. Testes de inoculação em diferentes espécies vegetais mostraram que os isolados de A. phaseolorum foram patogênicos também a outras espécies vegetais enquanto que P. vexans só o foi às variedades de berinjela.

In this paper, the results of a study about the factors affecting reproduction and about the pathogenicity of Ascochyta phaseolorum Saccardo are presented. The influence of some factors on the pycnidium production and spore exudation was studied by laboratory assays in Petri dishers or in erlenmeyer flasks. This influence was, sometimes, highly complex and varied with the fungus isolate utilized. The major conclusions about the most favorable conditions may be summarized as follow: level of 5 g of glucose/liter of medium with ammonium sulphate N or with 0,1 g of N of casein (casamino-acid) or, independently of the glucose level, 0,1 and 2,0 g of sodium nitrate N/1 were more favorable to pycnidium production, and, for the spore exudation, 10 g of glucose/1 and 0,1 g of sodium nitrate spore exudation, 10 g of glucose/1 and 0,1 g of sodium nitrate nitrogen/1; covering surface of the medium with filter paper discs increased pycnidium production on PDA and decreased on cotton plant or eggplant extract medium but, in the last medium, it favored spore exudation. The method of plate inoculation with spore suspension was more favorable to sporulation than mycelium disc inoculation method. Young micelium irradiation with UV light or incubation of the plates under alternating light exposition induced pycnidium production and also continuous exposition to light had induction effect, but, sometimes, in the dependence of other conditions, it may inhibit pycnidium production. The influence of the reaction of the medium on the micelial growth and on the pycnidium production may be expressed by a bimodal pattern curve. Morphological and physiological variation was observed among different fungus isolates. Through pathogenicity assays conducted in the greenhouse or in the growth room it was detected variation in pathogenicity among different isolates of the fungus; “Hibrida Piracicaba, F₁ -100” eggplant cultivar may show resistance reaction to some isolates of A. phaseolorum in the same way as it is resistant to P. vexans. This resistance reaction of this cultivar seems to be a resistance reaction to the development of the pathogen. The more suitable plant inoculation method to grading different severity degrees of the disease was that of spraying spore suspension. By inoculating several plants species, it was detected pathogenicity of A. phaseolorum to other plants while P. vexans was pathogenic only to eggplants.