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Mémoire de Maîtrise
DOI
https://doi.org/10.11606/D.11.1979.tde-20220207-174153
Document
Auteur
Nom complet
Angela Antonia Kageyama
Adresse Mail
Unité de l'USP
Domain de Connaissance
Date de Soutenance
Editeur
Piracicaba, 1979
Directeur
Titre en portugais
Crise e estrutura agrária: a agricultura paulista na década de 30
Mots-clés en portugais
CRISE AGRÁRIA
ESTRUTURA AGRÁRIA
Resumé en portugais
A análise da estrutura agrária paulista na década que sucede a crise de 1929, centrada na estrutura da posse da terra e na produção agropecuária, leva-nos, se não a conclusões definitivas e formalmente demonstradas, pelo menos à possibilidade de levantar algumas questões importantes do ponto de vista da compreensão do processo histórico de desenvolvimento. Antes de mais nada, cumpre reconhecer a insuficiência do estudo, que se ressente pela falta de uma análise das relações de produção, que poderia contribuir substancialmente para o aprofundamento das hipóteses aqui formuladas. Além disso, não foram aprofundados muitos aspectos políticos que marcaram essa década, e que, embora reconhecidos como fundamentais a uma análise completa da realidade, extrapolam o âmbito deste estudo. Sendo assim, o trabalho desenvolvido não pretendeu ser mais que complementar a outros estudos existentes e sugestivo para futuras investigações relacionadas ao tema. As principais conclusões da análise, já indicadas ao final de cada capítulo, podem ser assim resumidas: a) a estrutura da posse da terra em São Paulo após a crise de 1929 não apresentou modificações profundas; mantendo-se extremamente concentrada e excludente. Há que se notar que, embora houvesse ocorrido um grande aumento do número de pequenos estabelecimentos, a sua participação relativa na área total ocupada praticamente não se altera. Em outras palavras, a mesma distribuição desigual persiste, não se abalando o estatuto de uma propriedade da terra altamente concentrada. Em termos regionais, observou-se uma tendência mais nítida à formação de pequenos estabelecimentos nas zonas mais antigas (Vale do Paraíba) e naquelas menos diretamente vinculadas ao ciclo do capital cafeeiro (região Sul do estado). As regiões que exibem uma grande estabilidade na distribuição dos estabelecimentos segundo o seu tamanho são as mais dinâmicas do ponto de vista da cafeicultura, sugerindo uma capacidade maior de resistência à crise, decorrente da maior vitalidade do capital nessas áreas, entendida como o nível mais avançado das forças produtivas e das relações de produção; b) quanto à produção cafeeira, o mesmo fenômeno se repete, isto é, as áreas mais dinâmicas, como as Zonas Central e Nova, são as que refletem um impacto menor da crise. Isso se revela a partir de vários indicadores, tais como: a evolução do número de estabelecimentos cafeeiros, da área cultivada com café, da produção, etc., mas principalmente a partir da análise da distribuição dos estabelecimentos cafeeiros segundo o tamanho dos cafezais. Ela evidencia que, para o estado como um todo, o grau de concentração da riqueza representada pelos cafezais segue o mesmo padrão que o da posse da terra, isto é, apresenta-se também fortemente concentrado no período; c) a cotonicultura foi a atividade mais dinâmica no período, expandindo-se a taxas elevadas em todo o estado. No entanto, o maior vigor da expansão algodoeira foi registrado exatamente nas duas regiões anteriormente referidas como as mais desenvolvidas do ponto de vista do capital, ou seja, a Zona Central e a Zona Nova; d) a produção de alimentos em São Paulo na década de 30 não apresentou saltos significativos, mostrando, inclusive, sinais de estagnação (açúcar, suínos) ou mesmo de decadência (feijão, batatas). A produção de arroz e milho exibe acréscimos razoáveis e a pecuária apresenta crescimento relativamente mais intenso. Nas Zonas Velha e Sul parece firmar-se a produção dós alimentos mais tradicionais (arroz, feijão, batatas), enquanto que nas regiões mais dinâmicas tendem a concentrar-se os produtos de maior valor comercial (açúcar, milho, carnes). Em síntese, a crise de 1929 não trouxe remanejamentos profundos à estrutura agrária paulista vista de maneira global. Reafirmou, sim, a diferenciação interna regional, a qual, se anteriormente determinada, acentua-se e cristaliza-se. Mas, evidentemente, não seria correto dizer que a grande propriedade não sofreu nenhuma alteração, tendo permanecido absolutamente idêntica ao que era antes da crise. Temos que entender que na nova fase da acumulação capitalista que se segue a 1930 o capital passa a assumir novas formas, isto é, ele se diversifica, e o capital industrial passa a ser progressivamente a forma dominante. Na agricultura, estas novas formas encontram (ou melhor, desenvolvem) outros mecanismos de atuação. Um exemplo típico, já referido anteriormente, é o da formação de oligopsônios, com participação inclusive de empresas multinacionais, que "concentram" e comercializam a produção dos pequenos produtores. Esta é uma nova face do capitalismo na agricultura, diferente da face representada pela grande propriedade. É evidente que isto não significa a eliminação da grande propriedade. O Estado a mantém, inclusive em seu papel predominante na agricultura, mas subordinando-a também às novas formas do capital, submetendo-a a certas transformações. Mesmo que essas transformações não possam ser detectadas imediatamente na década de 30 (especialmente as grandes transformações técnicas, como a mecanização, que ganham impulso após a segunda guerra mundial), é importante compreender que a crise, embora seja uma pausa, é também um momento de rearticulação, que prepara as transformações para o período seguinte. Acredito, então, que as "crises" do sistema, isoladamente, não têm o poder de romper com os rígidos padrões da propriedade da terra e do capital em benefício da classe dos produtores diretos. Ao contrário, devemos ter em mente que os ciclos de "booms" e recessões são endêmicos no sistema capitalista e é durante as crises que são gestados os próprios mecanismos de recuperação e renegociado o pacto social de poder entre as classes dominantes. No caso particular que acabamos de estudar esse fenômeno é claro quando se considera que é durante a década de 30 que se fortalece a então nascente burguesia industrial, preparando, assim, o novo ciclo de expansão da economia paulista. A própria expansão do número de pequenos estabelecimentos agrícolas que viemos de constatar revela-se, então, apenas como uma "solução temporária", um mecanismo de superação da fase depressiva do ciclo, que não coloca em xeque a estrutura mais geral de propriedade vigente. Finalmente, um ponto de partida indispensável para considerações a respeito das futuras crises econômicas é a Depressão dos anos trinta, não por causa de comparações simplicistas, ou transposições mecânicas, ou funestas profecias, mas sim porque, assim como a experiência da Depressão marcou profundamente toda uma geração, nós também temos a aprender com ela. Aprendei a não ficar ao nível da retórica das classes dominantes, a não adotar a visão "oficial" dos fatos e a sua expressão através de medidas de ação que visam a amparar o capital personificado nessas mesmas classes, pois que não é durante as crises, evidentemente, que o problema da pobreza (no sentido mais abrangente) vai ser resolvido. Se assim não for, corremos o risco de repetir medidas que além de não se revelarem eficientes para o próprio capital, com muito menos motivo tenderiam a elevar o nível de vida da população trabalhadora. Ou, o que é pior, corremos o risco de descuidar de outras medidas, especialmente das reivindicações da população explorada, escorados no argumento de que o curso normal do desenvolvimento conduz por si só à elevação nos padrões de vida dessa população.
Titre en anglais
Not available
Resumé en anglais
This study is an analysis of the agrarian structure in the State of São Paulo in the decade following the 1929 crisis, with focus on the distribution of land and the agricultural production. The data used pertain to a series of six years (1930/31, 1931 /32, 1932/33, 1934/35, 1935/36 and 1937/38), and were published by the "Secretaria de Agricultura, Comércio e Indústria do Estado de São Paulo". Principal conclusions drawn from the analysis can be summarized as follows: a) the distribution of land in the State of São Paulo after the 1929 crisis did not suffer intense modifications, remaining extremely concentrated. Even though there was a large increase in the number of small agricultural establishments, their relative participation in all the occupied area remained unaltered. On a regional basis, there was a greater tendency for formation of small establishments in the older zones (Vale do Paraíba) and those less engaged in coffee production (Southern region of the State). Those establishments more closely connected to the coffee production showed more stability in their distribution according to size. This suggests that there was a greater capacity to withstand the crisis due to the more intense flow of capital in these areas; b) this same phenomenon can be applied to the coffee production, where the more dynamic areas (Central regions and the Western part of the State) reflect a smaller impact of the crisis. This can be seen by the following: the evolution of the number of coffee production establishments; the area planted with coffee; the production and the distribution of establishments according to the size of the coffee plantations. This distribution follows the same patterns as those for land distribution, being highly concentrated during this period; c) the cotton plantations were dynamically activated in this period, growing at high rates in the whole state. However, the greatest growth can be attributed to the two regions previously mentioned as being the most developed from a capitalistic point of view (Central and Western areas); d) the food production in the State of São Paulo in the 30's did not present significant leaps, but instead, showed some signs of stagnation (sugar, swine) and signs of decadence (beans, potatoes). The rice and com productions showed reasonable increases while livestock presented more intense increases. In the older areas, there was a stable production of the more traditional crops (rice, beans, potatoes), while the more dynamic regions tended to concentrate on crops of higher commercial value (sugar, corn, meat). In summary, the crisis of 29 did not bring about profound changes in the agrarian structure in the State of São Paulo. However, the crisis did confirm an internal regional differentiation which existed even before the crisis.
 
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Date de Publication
2022-02-07
 
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