O presente trabalho teve por objetivo avaliar efeitos fitotóxicos do tratamento de sementes de algodoeiro com diferentes doses de dois inseticidas sistêmicos, em dois tipos de solos. Para isso, utilizaram-se sementes deslintadas quimicamente através de ácido sulfúrico concentrado, do cultivar IAC 17, o disulfoton (a 6,84; 10,26 e 13,68 g de i.a./kg sementes) e o carbofuran (a 4,67; 7,00 e 9,33 g de i.a./kg sementes) como inseticidas, e um solo arenoso e outro argiloso. Os tratamentos foram feitos, associando-se, individualmente, os inseticidas ao fungicida hidróxido etoxietilmercúrio, tendo a aplicação deste precedido daqueles. As aplicações foram realizadas com pulverizador manual diretamente sobre as sementes distribuídas sobre plástico, em camada única, com posterior revolvimento das sementes. As avaliações constaram de testes de laboratório e de campo, todos conduzidos no Departamento de Agricultura e Horticultura da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”. Em laboratório, realizou-se apenas o teste de germinação e, em campo, foram efetuados os testes de percentagem e velocidade de emergência, além de determinações de peso de matéria seca, altura de plantas e percentagem de plantas com lesões cotiledonares. Para caracterizar a efetividade dos tratamentos, aplicaram-se notas para sintomas de danos provocados por pragas. A análise e interpretação dos resultados permitiram as seguintes conclusões: 1. O disulfoton e o carbofuran provocam prejuízos à emergência e sintomas fitotóxicos nas folhas cotiledonares, que se acentuam com os aumentos de doses. 2. Quando associados ao hidróxido etoxietilmercúrio, o disulfoton proporciona resultados melhores do que o carbofuran, quanto à germinação e a emergência. 3. A superioridade do disulfoton é mais evidente no solo arenoso. 4. A dose menor, de ambos os inseticidas, mostra-se potencialmente viável para o tratamento de sementes deslintadas quimicamente. 5. Para caracterização de fitotoxicidade de tratamentos de sementes com defensivos, os testes de velocidade e percentagem de emergência no campo devem ser conduzidos também com os solos esterilizados.

This research was carried out to evaluate the phytotoxic effects on the treatment of cotton seeds by using different doses of two systemic insecticides, in two types of soils. The seeds of the cultivar IAC 17 were chemically delinted with concentrated sulphuric acid. Disulfoton (6.84; 10.26 and 13.68 grams of a.i./kilogram of seeds) and carbofuran (4.67; 7.00 and 9.33 grams of a.i./kilogram of seeds) were used as insecticides in one sandy and one clay soil. The treatments were done by associating, individually, the insecticides to the fungicide etoxiethilmercuric hydroxide. The application of the fungicide was done before that of the insecticides, by means of a manual sprayer directly on the seeds distributed one layer thick on a plastic sheet. The evaluations consisted of laboratory and field tests carried out at the Department of Agriculture and Horticulture of Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, in Piracicaba, State of São Paulo, Brazil. The standard germination test was done only in the laboratory while the tests of percentage and speed of emergence, determination of dry matter weight, plant height, and percentage of cotyledoneous lesions were done in the field. To characterize the effectivity of the treatments, grades were given to the symptoms of pest damage. The analysis and the interpretation of the results allowed one to draw the following conclusions: 1. Disulfoton and carbofuran promote damage to plant emergence and phytotoxic symptoms in the cotyledoneous leaves. These effects are accentuated with the increasing doses; 2. When associated to the etoxiethilmercuric hydroxide, disulfoton gives better results than those of carbofuran, concerning germination and emergent; 3. The superiority of disulfoton is more evident in sandy soil; 4. The lowest dose of both insecticides showed to be potentially viable for the treatment of chemically delinted seeds; 5. To characterize the phytotoxicity of the seed treatment with chemicals, the tests of speed and percentage of emergence in the field should also be carried out in previously sterilized soils.