Cinco isolados de Beauveria bassiana oriundos de diferentes regiões do Brasil foram caracterizados quanto ao crescimento e conidiação em vários meios de cultivo, produção de exoenzimas, sensibilidade ao Benomyl e padrão eletroforético para esterases. Com base nestas características observou-se uma grande variabilidade natural, que pode ser aproveitada na condução de estudos genéticos e em programas de melhoramento neste fungo. Com o objetivo de se obter mutantes auxotróficos, foram testados três agentes mutagênicos, a luz ultravioleta, os raios gama e o ácido nitroso, assim como três métodos de isolamento de mutantes, o método de inibição pela nistatina, o de enriquecimento e o de isolamento total. O tratamento mutagênico que se mostrou mais adequado foi aquele com radiação gama seguido do método de isolamento total para a seleção de colônias mutantes. Mutantes com duplas marcas auxotróficas foram utilizados para a produção do heterocário, e conídios recombinantes foram recuperados diretamente deste, sugerindo a ocorrência de parameiose nesta espécie. A fase diplóide é altamente instável e a haploidização ocorre na hifa heterocariótica. Em alguns cruzamentos não foi possível a obtenção do heterocário, indicando a existência de incompatibilidade vegetativa entre algumas linhagens. Descreveu-se o método de produção e fusão de protoplastos. Os produtos resultantes de fusão de protoplastos liberaram espontaneamente setores haplóides recombinantes. Foram isolados, também, mutantes resistentes à luz ultravioleta e estes ensaiados quanto a virulência em lagartas de Diatraea saccharalis, mostraram diminuição da mesma, provavelmente devido ao efeito mutagênico.

Five Beauveria bassiana isolates from different regions of Brazil were characterized in relation to their growing and conidiation in several culture media, exoenzyme production, sensitivity to Benomyl and the electrophoretic pattern for esterases. A natural great variability was found and it can be used in genetic studies and further breeding programs for this fungus. Three different mutagenic agents - ultraviolet light, gamma rays and nitrous acid were tested aiming to obtain auxothrophic mutants and three methods for mutants isolation - the nistatin inibition, enrichment and total isolation were tested as well. As far as mutants isolation is concerned the gamma rays method was shown to be the most suitable for them followed by total isolation. Double auxothrophic mutants were used to get heterokaryons and recombinant conidia were recovered from them suggesting that parameiosis might occur in this species. The diploid phase is highly unstable and haploidization occurs in the heterokaryotic hyplae. It was not possible to get heterokaryons in some crosses indicating vegetative incompatibility among the strains. The protoplast releasing method was described and the fusion products spontaneously gave origin to recombinant haploid sectors. Also there were isolated UV resistant mutants that showed a decrease in their virulense tested in Diatraea saccharalis larvae, probably due to the mutagenic effect.