Tendo em vista fatores limitantes das espécies cultivadas de Cucurbita como hábito de crescimento rasteiro e susceptibilidade às doenças, decidiu-se por cruzar espécies portadoras de genes de resistência a doenças, com espécies portadoras de gene moita. O trabalho consistiu em criar populações segregantes F1RC1 e F2 quando possível, para trabalhos de melhoramento ou de genética básica. Sabe-se que é comum C. pepo apresentar o caráter moita, sendo este menos comum nas demais espécies cultivadas C. maxima e C. moschata. As espécies selvagens C. okeechobeensis, C. lundelliana e C. ecuadorensis, são resistentes ao oídio, mildio, vírus do mosaico do pepino (CMV) e vírus do mosaico da melancia (WMV). No entanto, são rasteiras, com frutos de polpa dura e amarga, impróprios ao consumo humano. Assim, decidiu-se por fazer os cruzamentos das 6 espécies entre si, ou via cruzamento em ponte. Tomou-se os dados de produção de frutos e qualidade da semente destes híbridos interespecíficos. Aumentou-se a eficiência do trabalho empregando-se como medidas auxiliares: a. A técnica de diversidade gamética, que consiste no cruzamento intervarietal antes de se proceder ao interespecífico; b. A técnica do cruzamento em ponte para situações em que as duas espécies são incompatíveis em termos de frutificação, que consiste do cruzamento com uma terceira espécie compatível com ambas; c. Quando se originavam embriões rudimentares, da técnica de cultura de embrião, em que o meio faz o papel do endosperma, dando sustentáculo ao embrião até surgir plântulas autotróficas. O cruzamento de C. pepo x C. moschata, apresentou alto pegamento de fruto e produção de sementes normais. Isto se deve ao faio de utilizar a Cv. Pira Moita (C. moschata) e gerações antecendentes que possuem citoplasma e genes de C. pepo. A maioria dos híbridos interespecíficos foram ginomonóicos, apresentando fertilidade do pólem. As plantas híbridas F1 foram bem caracterizadas por marcadores genéticos bem definidos de natureza taxonômica, tais como tipo de folhas, espinhos na haste das folhas e do fruto. Cruzamentos de variedades moita das espécies cultivadas, produziram progênie F1 com fenótipo de hábito de crescimento moita. Os resultados permitiram as seguintes conclusões: 1. A compatibilidade em termos de pegamento de fruto (%) dos cruzamentos interespecíficos no gênero Cucurbita, segue uma proporcional idade na seguinte ordem, de alta para baixo pegamento de fruto: C. moschata x C. lundelliana 82,14; C. moschata x C. okeechobeensis 81,97; C. maxima x C. okeechobeensis 80,56; C. maxima x C. ecuadorensis 80,00; C. maxima x C. lundelliana 80,00; C. moschata x C. maxima 62,12; C. maxima x C. pepo 57,32; C. pepo x C. moschata 55,96; C. pepo x C. okeechobeensis 32,16; 2. Há indicações de que a aplicações das técnicas de diversidade gamética, cruzamento em ponte e cultura de embrião, possibilitaram superar as incompatibilidades interespecíficas nas combinações dos cruzamentos: C. pepo x C. moschata, C. maxima x C. pepo, C. pepo x C. okeechobensis, x C. ecuadorensis; 3. Obtiveram-se populações segregantes na geração F2 e/ou primeiro retrocruzamento para progenitor cultivado, envolvendo espécies selvagens com C. pepo, C. moschata e C. maxima, segregando para hábito de crescimento moita, para o emprego em programas de melhoramento visando incorporação de resistência a doenças.

Limiting factors found in cultivated species of the Cucurbita genus, as creeping growing habit and susceptibility to diseases, raised interest in crossing species having disease resistant genes with species with the bush growth habit. Segregating populations of F1BC1, and F2, were created whenever possible improvement programs or basic genetic studies. Normally C. pepo presents bush character, which is less common in other cultivated species such as C. maxima and C. moschata. Wild species C. okeechobensis, C. lundelliana and C. ecuadorensis are sources of resistance to powdery mildew, downy mildew, cucumber mosaic virus (CMV) and watermelon mosaic virus (WMV), although they have creeping habit, fruits with hard and bitter flesh, inappropriate for human use. Because of this, crossings between the mentioned species were tried, including bridge crosses. Data on fruit set and seed quality were recorded for each of the interspecific hybrids. Program efficient was increased by using auxiliary measures as: a) use of gametic diversity technique, which consist of intervarietal crossings before proceeding interspecific crossings; b) bridge crossings for species incompatible for fruit set, which consist of crossing with a third species compatible with both and; c) use of the embryo culture technique, in which the medium substitutes the endosperm, sustaining rudimentary embryos until seedlings become autotrophic. The crossing of C. pepo x C. moschata showed high fertilization rate and normal seed set, perhaps because the cv. Pira Moita (C. moschata), and its previous generations have C. pepo genes and cytoplasm. A large number of interespecif hybrids were gynomonoecious, presenting polen fertility. The F1 hybrids were caracterized by genetic markers of taxonomic nature such as leaf type, leaf stem and fruit spines. Interspecific crosses between bush type varieties of cultivated species yielded F1 progenies with bush growing habit. The experimental results allowed the following conclusions: 1. The compatibility in fruit set percent on the interspecific crosses in Cucurbita genus the sequence (from higher to lower fruit set): C. moschata x C. lundelliana 82.14%; C. moschata x C. okeechobeensis 81.97%; C. maxima x C. okeechobeensis 80.56%; C. maxima x ecuadorensis 80.00%; C. maxima x C. lundelliana 80.00%; C. moschatta x C. maxima 62.12%; C. maxima x C. pepo 57.32; C. pepo x C. moschatta 55.96%; C. pepo x C. okeechobeensis 32.16%; 2. There is evidence that the application of gametic diversity, bridge crosses and embryo culture techniques aided in overcoming the interspecific incompatibilities in the combinations of C. pepo x C. moschata; C. maxima x C. pepo; C. pepo x C. okeechobeensis; C. moschata x C. ecuadorensis; 3. Segregating populations were obtained in F2 and/or first backcross generation for the cultivated progenitor, involving wild species with C. pepo, C. moschata and C. maxima, segregating for bush growing habit, for use in improvement programs, aiming to incorporate disease resistence.