O presente trabalho tem por objetivo avaliar a variação genética existente entre progênies S₂ da população Susuki de berinjela, quando cruzadas com a população Florida Market, bem como investigar a viabilidade de uma seleção visando à melhora das propriedades do híbrido interpopulacional em estudo. A variação, em questão, é função da capacidade específica de combinação inerente a cada S₂, uma vez que a parental Florida Market exibe acentuada uniformidade fenotípica. O material utilizado neste trabalho, consistiu de 53 cruzamentos manuais de progénies S₂, da variedade Susuki com a variedade Florida Market. Foram usadas como testemunhas 9 progênies S₂ não cruzadas. Os 62 tratamentos (53 progênies S₂ cruzadas e 9 testemunhas) foram colocados em ensaios em blocos ao acaso, com 3 repetições, em Piracicaba, 1964/1965. Foram utilizadas 5 plantas por parcela, no espaçamento de 2,0 x 1,0 metros. Verificaram-se que 40% dos cruzamentos estudados apresentaram produções de frutos superiores à testemunha mais produtiva, sendo que um tratamento em especial [B₄-37-9(85-2x101)] destacou-se dos demais, excedendo à testemunhe mais produtiva em 27%. A estimativa do coeficiente de herdabilidade no sentido amplo para a produção de frutos foi de 17,0% ao nível de parcelas. O ganho esperado na seleção foi estimado em 1,01 kg/parcela, com a seleção das progênies superiores à melhor testemunha. Isto corresponde a um acréscimo de 3% na produção de frutos da população de progênies S₂ cruzadas, em relação população híbrida original. Isto reflete a existência de satisfatória capacidade específica de combinação e heterose para a produção de frutos, o que justifica a seleção de cruzamentos melhores entre as variedades Susuki e Florida Market. Observou-se que a quantidade de variação genética remanescente entre as progênies S₂ cruzadas foi relativamente pequena, comprovando que a seleção fenotípica, efetuada nas gerações anteriores na variedade Susuki, foi eficiente. Para a continuação do pro­grama, isto e, a realização de seleção de progênies cruzadas em gerações mais avançadas, será necessário uma maior precisão experimental ou um maior número de repetições nos ensaios dos cruzamentos.

Performance of S₂ progenies from the eggplant variety Susuki were evaluated in crosses with the variety Florida Market, a narrow base tester, thus providing a test for specific combining ability. An estimate of S₂ x tester variance was used to calculate the expected progress in the testcross performance. Material comprised 53 testcrosses plus nine superior Susuki lines used as checks. The 62 entries were evaluated in randomized blocks with 3 replications, and 5 plants per plot. Plots consisted of a single with five plants spaced 1.0 m apart. Spacing was 2.0 m between rows. It could be observed that 40% of the testcrosses were superior to the best check for fruit weight. One specific cross [B₄ -37-9(85-2-101)] was very promising, yielding 27% more than the best S₂ progeny, per se. General results indicate a reasonable level of combining ability and heterosis for fruit weight; therefore selection for better crosses between Susuki and Florida Market would be reliable. An estimate of the coefficient of heritability (broad sense) was 17.0% on a plot basis, for fruit weight. Progress from selection was expected to be 1.01 kg/plot (3.0% of the original mean) in the testcross performance. Genetic variation among testcrosses was relatively small probably due to the effective mass selection practiced previously among S_o and S₁ Susuki plants. Further progress in this breeding program, with selection of cross progenies in advanced generations, would require higher precision of experiments by increasing the number of replications in the experimental trials.