A couve (Brassica oleracea L. var acephala D. C.) é uma das hortaliças mais consumidas pela população brasileira. Apesar de ser de fácil cultivo é muito susceptível a infestações causadas pela bactéria Erwinia carotovora quando deficiente em boro. Com o intuito de contribuir com alguns aspectos relacionados com a nutrição mineral da couve, propôs-se este trabalho constituído de três experimentos com os seguintes objetivos: a) caracterizar os sintomas de deficiência de macronutrientes e boro, verificando o efeito da omissão de um destes nutrientes sobre o acúmulo dos demais; b) verificar o efeito das doses de boro e cálcio sobre a produção de matéria seca e acúmulo de nutrientes. Para isto, cultivou-se plantas de couve (cultivar Paulista) em sílica com as seguintes soluções nutritivas: completa, com a omissão de um dos macronutrientes ou boro, com doses de boro e com doses de cálcio. Cento e três dias após o transplante das mudas para estas soluções, descreveu-se os sintomas de deficiência, coletou-se as plantas do experimento de omissão de nutrientes e dividiu-se em folhas inferiores, folhas superiores, brotações laterais inferiores, brotações laterais superiores e caule. As plantas dos experimentos de doses de cálcio e boro foram divididas em folhas inferiores, folhas superiores e caule. Após a colheita, o material foi seco em estufa, pesado, e determinado os teores de macronutrientes e boro, obtendo-se os seguintes resultados: - os nutrientes mais absorvidos foram o potássio e o nitrogênio, seguindo-se pela ordem decrescente o cálcio, o magnésio, o enxofre e o fósforo; - as brotações acumularam grandes quantidades de nutrientes; - os sintomas de deficiência de boro foram evidentes quando as plantas cresceram em doses iguais ou inferiores a 0,09 mg B/1 na solução nutritiva; - as concentrações críticas de boro nas folhas inferiores e superiores foram 45 e 41 ppm de boro, respectivamente; - a absorção máxima de nutrientes ocorreu com a adição de aproximadamente 275 mg Ca/l na solução nutritiva; - as folhas inferiores e superiores das plantas com sintomas de deficiência de cálcio apresentaram 1,45 e 0,20% de cálcio, respectivamente.

Kale (Brassica oleracea L. var acephala D. C.) is one of the most important garden vegetables in Brazil. Though easy to cultivate, it is highly susceptible to bacterial infestation by Erwinia carotovora when the plants suffer from boron deficiency. This problem led us to study some aspects of mineral nutrition in kale. Three experiments were set up with two objectives: a) to characterize macronutrient and boron deficiency symptoms by measuring the accumulation of these nutrients in situations where one nutrient was omitted; b) to examine the effects of levels of boron and calcium on growth and nutrient accumulations. Paulista cultivar was grown on silica substrate using the following nutrient solutions: complete; omitting each of the macronutrients or boron; boton and calcium dosage. One hundred and three days after transplanting young plants to the pots the nutrient deficiency symptoms were described. Plants in the nutrient omission experiment were collected and divided as follows: lower leaves, upper leaves, lower lateral leaf buds, upper lateral leaf buds and stem. Plants from the calcium and boron levels were divided as follows: lower leaves, upper leaves and stem. After all the material collected, it was dryed, weighed and analyzed for macronutrient and boron. The following results were obtained: - K and N were absorbed in greatest amounts, and were following by those of Ca, Mg, S and P; - leaf buds accumulated a great amount of nutrients; boron deficiency symptoms were in evidence when the nutrient solutions had less than 0.09 mg/1; - critical concentrations of boron in lower and upper leaves were 45 and 41 ppm, respectively; - maximum nutrient absorption occured in the association with 275 mg Ca/1 in the nutrient solution; - lower and upper leaves with calcium deficiency symptoms had concentrations of 1.45% and 0.20% ca, respectively.