O objetivo deste trabalho foi o de verificar a uniformidade de emissão de água em três tipos de gotejadores produzidos no Brasil. Para tal, realizaram-se testes, no Laboratório de Hidráulica da ESALQ/USP, para estimar a variação na vazão dos gotejadores, causada pelas diferenças decorrentes do processo de fabricação, determinando-se, assim, o Coeficiente de Variação de Fabricação (CV_f), bem como a influência na distribuição de taxas de emissão e o seu efeito na uniformidade de aplicação de água em linhas laterais. Também, procurou-se estabelecer as equações características de descarga-pressão para os gotejadores testados. As repetições realizadas no Teste de Uniformidade mostraram que o Coeficiente de Variação de Fabricação pode diferir entre as amostras testadas, embora estes valores tenham se definido dentro de intervalos específicos para cada modelo de gotejador experimentado. Com a reunião dos valores de vazão das três amostras de cada modelo de gotejador, determinou-se o Coeficiente de Variação de Fabricação Global (CV_fg), revelando um valor bem menor para o gotejador DANTAS (5,17%), em comparação com o microgotejador IRTEC (14,03%) e o gotejador IRTEC (17,70%). As tabelas de Uniformidade de Emissão revelaram que uma Uniformidade de Emissão de 90%, em três níveis de pressão de serviço a serem adotados, não será atingida para o gotejador IRTEC até com quatro gotejadores por planta, com qualquer valor da razão de perda de carga. Para o microgotejador IRTEC somente será atingida com a utilização de quatro gotejadores por planta. E para o gotejador DANTAS poderá ser atingida com a adoção de valores mais altos para a razão de perda de carga, com o aumento do número de gotejadores por planta. Com relação ao Coeficiente de Uniformidade na linha lateral de irrigação, tanto para o gotejador IRTEC, como para o microgotejador IRTEC, haverá necessidade de colocar-se dois gotejadores ou mais por planta, para que um coeficiente acima de 90% seja alcançado, enquanto que, para o gotejador DANTAS, mesmo com 1 (um) gotejador por planta, este coeficiente será cerca de 96%. Também, o Tempo Corrigido de Irrigação será relativamente maior se o Coeficiente de Variação de Fabricação do gotejador for elevado, para que uma determinada porcentagem de plantas fosse esperada estar adequadamente irrigada.

The purpose of the present work was to check the uniformity with which the water flow rate is discharged from three different types of emission devices manufactured in Brazil. To this end, tests were carried out at the Hydraulics Laboratory of the Rural Engineering Department - ESALQ/USP, to estimate the variation in the flow of trickle emitters, caused by the differences resulting from the manufacturing process, thus determining the Coefficient of Manufacturing Variation (CV_f), as well as the influence on the distribution of flow rates and its effect on the water application uniformity of lateral lines. It was also tried to establish the discharge-pressure characteristic equations for the emitters being tested. The replications of the Flow Uniformity Test indicated that the Coefficient of Manufacturing Variation (CV_f) may be different for the samples tested, though these values were clearly defined within specific intervals for each emitter type experimented. With the flow values for the 3 samples of each emitter, a global Coefficient of Manufacturing Variation (CV_fg) was determined, showing quite a lower value for the DANTAS emitter (5,17%) as compared to the IRTEC microemitter (14,03%) and the IRTEC emitter (17,70%). The Emission Uniformity tables showed that an Emission Uniformity of 90%, at the 3 levels of pressure head to be adopted, will not be attained for the IRTEC emitter even with 4 emitters per plant, with any value of head loss ratio. For the IRTEC microemitter it will only be attained by utilizing 4 emitters per plant. And for the DANTAS emitter it can be attained by adopting higher values for the head loss ratio, with an increase in the number of emitters per plant. Regarding the Uniformity Coefficient for the irrigation lateral line, for the IRTEC emitter and the IRTEC microemitter as well, two or more emitters per plant will be required to attain a coefficient above 90%, while for the DANTAS emitter, even with only one emitter per plant this coefficient will be around 96%. Also, the Corrected Time of Irrigation will be relatively longer, with a high Coefficient of Manufacturing Variation of the emitter, for a determined percentage of plants to be adequately irrigated.