The intellectual imbrication between Friedrich Hayek and the Scottish moral philosophers of the 18th century, especially Adam Smith, is well known. Hayek claims that they grasped the connection between spontaneous orders and evolution, in the sense that they were the pioneers in realising that they are "twin ideas" (Hayek, 1967a, 1973a, 1988). The conflation of these two theoretical traditions in Hayek's late social theory has been criticised by several authors (Barry, 1982; Vanberg, 1986; Petsoulas, 2013). Most of them associate this alleged misconception with Hayek's misapprehension of the theory of spontaneous orders evoked by those moral philosophers. In this sense, this work employs a Hayekian reading of Adam Smith and shows that the conflation is possible if we employ a teleological approach to the latter. Through the secular and teleological Hayekian lenses, Smith's social theory emerges as somewhat deterministic, since commercial society would already have been inscribed by nature in human beings, guiding their behaviour towards the conducts that are most conducive to the rise and maintenance of that social order.

A imbricação intelectual entre Friedrich Hayek e os filósofos morais do século XVIII, especialmente Adam Smith, é bastante conhecida. Hayek afirma que os escoceses foram pioneiros em notar a relação entre ordens espontâneas e evolução, reconhecendo-as como "ideias gêmeas [twin ideas]" (Hayek, 1967a, 1973a, 1988). A combinação de tais tradições teóricas na teoria social tardia de Hayek foi alvo de crítica por diversos autores (Barry, 1982; Vanberg, 1986; Petsoulas, 2013), de modo que a maioria deles atribui a origem desta suposta confusão a apreensão de Hayek com relação a teoria da ordem espontânea nos autores escoceses. Nesse sentido, este trabalho apresenta uma leitura hayekiana de Adam Smith e mostra que a combinação teórica proposta por Hayek é possível se empregarmos uma interpretação teleológica da teoria smithiana. Através das lentes seculares e teleológicas de Hayek, a teoria social de Smith emerge sobremaneira determinística, já que a sociedade comercial já estaria inscrita pela natureza nos seres humanos, guiando seu comportamento em direção as condutas mais propicias ao surgimento e manutenção desta ordem social.