This doctoral thesis consists of two articles whose central theme is the economic impacts of the internal mobility of workers. The first essay investigates how labor markets can adjust to supply shocks in a context of high informality and with formal sector firms being able to adjust via non-wage benefits. Using a shift-share instrument approach that combines weather-induced migration with past settlement patterns in each destination municipality, this paper shows that increasing the migration rate leads to a smaller reduction in earnings in the formal than in the informal sectors and to a reduction in the share of formal workers receiving non-wage benefits, leading to a fall in total compensation. Less-educated workers bear most of these costs, especially in the informal sector, resulting in an increase in earnings inequality. The second essay investigates the role of domestic workers, especially incoming migrants from the Semiarid region, in the labor force participation of high-educated women in the destination municipalities. This paper uses an empirical strategy similar to that adopted in the first essay and shows that the incoming migration to a given destination alleviates some constraints that high-educated women face and leads to an increase in labor force participation and the probability of working at least 40 hours per week. In particular, women living in households with children aged less than 6 years, who are more constrained. The impacts are larger in places with a lower supply of preschools, but smaller in more violent municipalities and among women living in more conservative environments regarding social and gender norms.

Esta tese de doutorado é composta por dois artigos cujo tema central são os impactos econômicos da mobilidade interna de trabalhadores. O primeiro artigo busca entender como os mercados de trabalho podem se ajustar a choques de oferta, num contexto de alta informalidade e com firmas do setor formal podendo se ajustar através do pagamento de benefícios. Usando um instrumento shift-share que combina choques climáticos com uma rede preexistente de migrantes em cada município de destino, o trabalho mostra que um incremento da taxa de migração interna induz um ajuste menor nos salários do setor formal do que no setor informal e também uma redução na fração de trabalhadores formais que recebem algum tipo de benefício, levando a uma queda na compensação total. Trabalhadores menos escolarizados são os mais afetados por este choque, em especial no setor informal, implicando um aumento na desigualdade salarial. O segundo artigo investiga o papel que trabalhadoras domésticas, especialmente as migrantes vindas do Semiárido, exercem sobre a participação de mulheres mais escolarizadas na força de trabalho nos municípios de destino. O trabalho adota uma estratégia empírica similar à do primeiro artigo e mostra que a chegada de migrantes em uma dada localidade alivia restrições com as quais mulheres de alta escolaridade se deparam e aumenta sua participação na força de trabalho e na probabilidade de trabalhar ao menos 40 horas/semana. Em particular, mulheres vivendo em domicílios com crianças menores de 6 anos, que são mais afetadas pela restrição. Os impactos são ainda mais fortes em locais com baixa oferta de pré-escola, mas bem menores em municípios com altas taxas de violência e entre mulheres vivendo em ambientes mais conservadores em termos de normas sociais e de gênero.