No ano de 1945 o filósofo francês Jean-Paul Sartre fez uma viagem aos Estados Unidos da América, a convite do governo americano e dois textos foram escritos sobre esta viagem, Villes dAmérique e New York, ville coloniale. Estes dois textos, os quais podem ser compreendidos desde o termo ou categoria de literatura de viagem, foram escritos para jornais franceses e posteriormente republicados em livro (a coletânea Situations III, de 1949), e são os únicos escritos de Sartre a tratar, de maneira direta e exclusiva, o tema da arquitetura e do urbano. Assim, estes textos são importantes na medida em que revelam a mais desconhecida faceta do filósofo francês: aquela do analista do urbano e do crítico de arquitetura. Além disto, os textos revelam o olhar de um estrangeiro em tudo fascinado com o Novo Mundo: o sistema construtivo dos arranha-céus, a ausência de ornamentos de certos prédios, a imagem das cidades, percebidas como frágeis e provisórias, construídas rapidamente para durar alguns poucos anos.

In 1945 the French philosopher Jean-Paul Sartre made a trip to the United States of America, by the invitation of the U.S. government. He wrote two texts about this trip, Villes d'Amérique and New York, ville coloniale. These two texts, which can be understood from the term or category of "travel literature" were written for Frenchs newspapers and then reprinted in book (Situations III, 1949), and are the unique Sartres writings directly and exclusively related to the theme architecture and urban. Thus, these texts are important because they shows the most unknown aspect of the French philosopher: the urban analyst and critic of architecture. Moreover, they reveal the foreigners point of view at all fascinated with the New World: the constructive system of skyscrapers, the absence of certain buildings ornaments of, the image of cities, perceived as "weak" and "provisional" quickly built to last a few years.