Trata-se de um trabalho experimental sobre o minucioso desdobramento diante do próprio objeto artístico para compô-lo, para tecê-lo, dia após dia, até que a instalação atinja quilômetros e mais quilômetros de fios retesados no ar, próprio de um balé espacial, cujo brilho, tração, leveza e transparência podem ser sinestesicamente fruídos pelo público. Impondo-se pela invisibilidade, suas interações poéticas exigem cuidados que permitam a exploração espacial através das sutilezas característica dos materiais com que se delineiam. A poética das instalações consiste especialmente numa espécie de materialização da luz. Por meio de finíssimos fios tracionados e transparentes que captam a luz e a sublimam no momento de encontro com inúmeros cristais, o trabalho vai preenchendo o vazio do espaço, parte de uma mutação constante que perdura até o fim da exposição, quando finalmente o trabalho repousa em sua incansável efemeridade.