Nascido da prática e hoje considerado profissão, o Registro Gráfico surge na década de 1970 como uma forma de oferecer apoio visual a situações em que duas ou mais pessoas se reúnem para atingir algum propósito em comum. Por meio da escuta de informações, são feitas de modo imediato paráfrases espaciais em uma combinação de palavras e imagens, dispostas continuamente sobre papel (e, mais atualmente, também em dispositivos eletrônicos). Este artefato cognitivo e comunicacional, denominado de mapa visual, é demonstrado ao vivo para a audiência, que testemunha suas próprias declarações e seus pontos de vista sendo evidenciados e organizados, numa produção multiautoral que reforça mutuamente o aprendizado. Poucos estudos descrevem sua natureza ou uso; portanto, os esforços desta investigação procuram desvelar principais características, modalidades, seus contextos e finalidades de aplicação, bem como métodos, etapas, técnicas e ferramentas empregados no processo de construção de tais registros. Por meio de revisão bibliográfica, entrevistas em profundidade com especialistas e usuários e coleta de mapas visuais, atingiu-se uma descrição pormenorizada sobre atributos predominantes, incluindo definições conceituais e descrições a respeito do seu processo criativo, sendo possível notar que sua produção no Sudeste e Sul do Brasil parece apresentar adaptações e incrementos quando comparada à literatura de referência, como o uso sistemático de notas adesivas, que adiciona uma camada de organização às informações capturadas e permite planejar a disposição de informações de modo mais controlado. Ao final, os aspectos mais relevantes promovem uma discussão que busca aproximar este instrumento de pensamento visual ao campo do Design para comunicação visual e apontá-lo como ferramental adequado a contextos de inovação e ao entendimento e manejo da complexidade, não apenas informacional, mas de problemas de ordem sistêmica e sociotécnica, de difícil compreensão e solução como mudanças climáticas e aquecimento global, gestão de serviços públicos e de saúde, desemprego, controle de doenças, redução de consumo e planejamento urbano.

Born out of practice and now considered a profession, Graphic Recording emerged in the 1970s as a way to provide visual support in situations where two or more people come together to achieve a common purpose. Through the listening of information, spatial paraphrases are immediately created in a combination of words and images, continuously arranged on paper (and more recently, also on electronic devices). This cognitive and communicational artifact, called a "visual map," is demonstrated live to the audience, who witnesses their own statements and viewpoints being highlighted and organized in a collaborative production that mutually reinforces learning. Few studies describe its nature or use; therefore, the efforts of this investigation seek to unveil the main characteristics, modalities, contexts, and purposes of application, as well as the methods, stages, techniques, and tools employed in the process of constructing such records. Through literature review, in-depth interviews with experts and users, and the collection of visual maps, a detailed description of predominant attributes was achieved, including conceptual definitions and descriptions of the creative process. It is possible to note that the production in the Southeast and South of Brazil seems to present adaptations and enhancements when compared to the reference literature, such as the systematic use of sticky notes, which adds a layer of organization to captured information and allows for a more controlled arrangement of information. In the end, the most relevant aspects promote a discussion that seeks to bring this visual thinking tool closer to the field of Design for visual communication and position it as a suitable tool for innovation contexts and for understanding and managing complexity, not only informational but also systemic and sociotechnical problems of difficult understanding and solution, such as climate change and global warming, public services and health management, unemployment, disease control, consumption reduction, and urban planning.