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Tese de Doutorado
DOI
https://doi.org/10.11606/T.17.2024.tde-25072024-113304
Documento
Autor
Nome completo
Bento Miguel Machado
Unidade da USP
Área do Conhecimento
Data de Defesa
Imprenta
Ribeirão Preto, 2024
Orientador
Banca examinadora
Souza, João Paulo Dias de (Presidente)
Carrijo, Débora Couto de Melo
Goia, Daniela Nakandakari
Pinto, Maria Paula Panuncio
Título em português
Experiências ocupacionais e fatores associados à intensidade de dor por pessoas portadoras de dor crônica em um serviço de reabilitação: um estudo de corte transversal
Palavras-chave em português
Dor crônica
Experiência de vida
Fatores socioeconômicos
Mensuração da dor
Terapia ocupacional
Resumo em português
Introdução: A dor crônica persistente ou recorrente por mais de três meses é uma condição multifatorial, caracterizada por um sofrimento emocional significativo que afeta diversas ocupações da vida e a participação em papéis ocupacionais. O tratamento adequado da dor crônica deve ser embasado no modelo biopsicossocial, adotando uma abordagem multimodal e interprofissional centrada na pessoa. Objetivos (Fase 1): Descrever as características epidemiológicas e clínicas das pessoas que aguardam atendimento em um serviço de reabilitação física municipal, abrangendo informações sobre sua situação sociodemográfica e de saúde. Detectar associações múltiplas entre a intensidade da dor relatada pelos participantes e vários fatores, como: aspectos sociais e emocionais, desempenho funcional. Além disso, mensurar a percepção da qualidade de vida na amostra. Objetivos (Fase 2): Analisar e compreender o discurso e experiências ocupacionais de pessoas que convivem diariamente com a dor crônica. Analisar as palavras e emoções mais recorrentes no discurso dos entrevistados. Materiais e Métodos: A pesquisa recebeu aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, sob parecer número 5.046.076. Fase (1): Estudo quantitativo, transversal e descritivo. Foram incluídas pessoas maiores de 18 anos que aguardavam atendimento em um serviço de reabilitação municipal e que relataram presença de dor musculoesquelética contínua ou recorrente por um período superior a três meses. A amostra foi selecionada por conveniência, com recrutamento consecutivo com base na ordem de espera mais prolongada. Foram realizadas entrevistas individuais e os seguintes instrumentos foram empregados para avaliar as variáveis de desfecho: um questionário semiestruturado para coletar as informações sobre variáveis epidemiológicas; a Escala Numérica Visual para medir a intensidade da dor; o Roland Morris Questionário de Incapacidade foi utilizado para mensurar o desempenho funcional; a qualidade de vida foi avaliada com o uso do WHOQOL-abreviado; a identificação de aspectos emocionais foi realizada por meio da Escala de Depressão, Ansiedade e Estresse. A análise dos dados foi conduzida utilizando estatística descritiva e inferencial, incluindo o Teste Qui-quadrado para Independência e Regressão Logística Multinomial. Fase (2): Estudo qualitativo, descritivo e exploratório. Foram incluídos participantes da Fase 1 que continuaram a relatar a presença de dor persistente ou recorrente por um período superior a três meses. A amostra foi selecionada por conveniência e foram recrutados os participantes identificados na Fase 1, como informantes-chaves devido à sua habilidade de comunicação. Foram conduzidos três grupos focais com diferentes participantes. Durante os grupos, um roteiro de questões norteadoras foi utilizado para guiar a entrevista e um questionário semiestruturado foi utilizado para coletar informações sobre variáveis epidemiológicas. A análise dos dados foi realizada por meio de estatística descritiva; o software R foi utilizado em conjunto com o pacote "syuzhet", que incorpora o dicionário de sentimentos NRC, para analisar a frequência e a variação de sentimentos e emoções presentes. O modelo conceitual de matriz em sete etapas foi utilizado para a análise temática. Além disso, o modelo referencial analítico para interpretação dos dados foi a análise de discurso de filiação pecheuxtiana. Resultados (Fase 1): A espera por atendimento foi predominantemente composta por mulheres em idade economicamente ativa, com níveis variados de escolaridade, que abrangiam desde o ensino fundamental até o médio, e pertencentes a classes socioeconômicas mais baixas e maioria desempregada. As principais condições de saúde incluíram dorsalgia, lesões no ombro e gonartrose. Foi observada uma associação significativa com uma magnitude de efeito forte entre a intensidade da dor e o desempenho funcional, bem como entre a intensidade da dor e a dificuldade em ter um sono de qualidade. Além disso, uma associação de magnitude moderada foi encontrada entre a intensidade da dor e os sintomas de ansiedade, assim como entre a intensidade da dor e a renda familiar. Também se percebeu insatisfação em relação à qualidade de vida, principalmente nos domínios físico (41,5%) e do ambiente (48,9%). Os resultados indicam que pessoas com renda familiar mais alta têm menor probabilidade de experimentar dor intensa em comparação àquelas de renda familiar mais baixa; aqueles que sofrem de problemas de sono relacionados à dor têm uma maior probabilidade de experimentar dor intensa ou moderada em comparação àqueles que desfrutam de um sono adequado; pessoas com alterações no desempenho funcional devido à dor têm maior probabilidade de ter dor intensa em comparação àqueles que não possuem incapacidade; pessoas com sintomas ansiosos mais graves têm maior probabilidade de experimentar dor intensa em comparação àquelas com sintomas leves ou ausentes. Resultados (Fase 2): A amostra era principalmente constituída por mulheres em idade economicamente ativa, com níveis de educação no ensino fundamental, de raça parda e adeptas da religião evangélica e renda familiar inferior a dois salários-mínimos. A principal condição de saúde presente foi a dorsalgia. A categoria lexical de sentimentos mais prevalente no discurso dos entrevistados foi a emoção tristeza, seguida de medo. As categorias temáticas analisadas incluíram as seguintes áreas: limitações funcionais nas ocupações, estratégias de enfrentamento em relação à dor, crenças cognitivas, barreiras ao acesso aos serviços de saúde e dificuldades financeiras. Foram identificados discursos que se agruparam em formações discursivas, incluindo aquelas de natureza neoliberal, religiosa e machista. Além disso, foram observadas formações ideológicas relacionadas ao sistema capitalista e patriarcal. Também foram identificadas formações imaginárias, como a ênfase na estética do corpo, a construção de imagens como a da figura feminina tolerante à dor e a estigmatização da mulher que relata múltiplas queixas de saúde. Discussão (Fase 1): A caracterização epidemiológica e clínica das pessoas que sofrem de dor crônica em serviços de reabilitação física é fundamental para mapear as queixas funcionais e ocupacionais desses indivíduos. Isso permite à equipe de saúde compreender os fatores associados à intensidade da dor e, assim, desenvolver estratégias para maior participação e engajamento em ocupações significativas desse grupo. Isso inclui melhorias no acolhimento e no acompanhamento, educação sobre neurociência da dor e adoção de estratégias de enfrentamento. Faz-se necessário também, para além do olhar do bem-estar em saúde, o desenvolvimento de políticas públicas que assegurem o acesso à renda, emprego, saúde e participação social, bem como a busca pela redução de iniquidades em saúde e injustiças ocupacionais. Discussão (Fase 2): Pessoas que convivem com a dor crônica frequentemente enfrentam desafios significativos no desempenho ocupacional, podem desenvolver distorções cognitivas e recorrer a estratégias de enfrentamento passivas, pouco eficazes para lidar com a intensidade da dor. É importante considerar o impacto dos determinantes sociais que promovem injustiças ocupacionais e atuam na cronicidade da dor, tais como vulnerabilidade econômica, condições precárias de trabalho, suporte social reduzido, desigualdades de gênero e étnico-raciais. As mulheres, em particular, enfrentam a opressão de discursos patriarcais e neoliberais, padrões estéticos e estigmas sociais que perpetuam situações de violência e invisibilidade da dor. Considerações finais: Sugere-se que haja um aprofundamento nos estudos epidemiológicos que investiguem os fatores associados à intensidade da dor durante os episódios de agudização em pessoas com dor crônica. Compreender o funcionamento do discurso e as experiências ocupacionais dessa população, pode auxiliar os serviços de saúde especializados a desenvolverem estratégias de cuidado mais eficazes.
Título em inglês
Occupational experiences and factors associated with pain intensity among individuals with chronic pain in a rehabilitation service: a cross-sectional study
Palavras-chave em inglês
Chronic pain
Life experience
Occupational therapy
Pain measurement
Socioeconomic factors
Resumo em inglês
Introduction: Persistent or recurrent chronic pain lasting for more than three months is a multifactorial condition characterized by significant emotional suffering that impacts various aspects of life occupations and participation in occupational roles. The appropriate management of chronic pain should be grounded in the biopsychosocial model, adopting an interprofessional, patient-centered approach. Objectives (Phase 1): To describe the epidemiological and clinical characteristics of individuals awaiting treatment at a municipal physical rehabilitation center, encompassing information about their sociodemographic and health status. To identify multiple associations between the reported pain intensity by participants and various factors such as social aspects, levels of functional disability, and emotional symptoms. Additionally, to measure the perception of quality of life in the sample. Objectives (Phase 2): To analyze and understand the discourse and occupational experiences of individuals who daily cope with chronic pain. To analyze the most recurrent words and emotions in the speech of the interviewees. Materials and Methods: The research obtained approval from the Research Ethics Committee of the Hospital das Clínicas of the Ribeirão Preto Medical School at the University of São Paulo, under protocol number 5.046.076. Phase (1): A cross-sectional, quantitative, and descriptive study. Participants included individuals over 18 years old awaiting treatment at a municipal rehabilitation service, who reported continuous or recurrent musculoskeletal pain for a period exceeding three months. The sample was selected for convenience, with consecutive recruitment based on the longest waiting time. Individual interviews were conducted, and the following instruments were employed to assess outcome variables: a semi-structured questionnaire for collecting information on epidemiological variables; the Visual Numeric Scale to measure pain intensity; the Roland Morris Disability Questionnaire was used to assess functional disability; quality of life was evaluated using the WHOQOL-abbreviated; identification of emotional symptoms was performed through the Depression, Anxiety, and Stress Scale. Data analysis was conducted using descriptive and inferential statistics, including the Chi-square test for Independence and Multinomial Logistic Regression. Phase (2): Qualitative, descriptive, and exploratory study. Participants from Phase 1 who continued to report the presence of persistent or recurrent pain for a period exceeding three months were included. The sample was selected for convenience, and participants identified in Phase 1 were recruited as key informants due to their communication skills. Three focus groups were conducted with different participants. During the groups, a script of guiding questions was used to steer the interview, and a semi-structured questionnaire was employed to collect information on epidemiological variables. Data analysis was performed through descriptive statistics; the R software was used in conjunction with the "syuzhet" package, which incorporates the NRC sentiment dictionary, to analyze the frequency and variation of feelings and emotions present. The seven-step matrix conceptual model was utilized for thematic analysis. Furthermore, the analytical reference model for data interpretation was the Pecheuxtian-affiliated discourse analysis. Results (Phase 1): The waiting period for treatment was predominantly composed of economically active women with varied levels of education, ranging from elementary to high school, and belonging to lower socioeconomic classes, with a majority being unemployed. Major health conditions included dorsalgia, shoulder injuries, and knee osteoarthritis. A significant association with a strong effect magnitude was observed between pain intensity and functional disability, as well as between pain intensity and difficulty in achieving quality sleep. Additionally, a moderate association was found between pain intensity and symptoms of anxiety, as well as between pain intensity and household income. Dissatisfaction with quality of life was notable, especially in the physical (41.5%) and environmental (48.9%) domains. The results indicate that individuals with higher household income are less likely to experience intense pain compared to those with lower income; those experiencing sleep-related pain issues are more likely to experience intense or moderate pain compared to those with adequate sleep; individuals with functional disability due to pain are more likely to experience intense pain compared to those without disability; individuals with more severe anxiety symptoms are more likely to experience intense pain compared to those with mild or absent symptoms. Results (Phase 2): The sample primarily consisted of economically active women with elementary education, of mixed race, affiliated with the evangelical religion, and with a family income less than two minimum wages. The main health condition present was dorsalgia. The most prevalent lexical category of feelings in the interviewees' discourse was the emotion of sadness, followed by fear. Thematic categories analyzed included functional limitations in occupations, coping strategies related to pain, cognitive beliefs, barriers to access to health services, and financial difficulties. Discourses were identified that grouped into discursive formations, including those of a neoliberal, religious, and sexist nature. Additionally, ideological formations related to the capitalist and patriarchal system were observed. Imaginary formations were also identified, such as an emphasis on body aesthetics, the construction of images like that of the female figure tolerant to pain, and the stigmatization of women reporting multiple health complaints. Discussion (Phase 1): The epidemiological and clinical characterization of individuals suffering from chronic pain in physical rehabilitation services is essential for mapping the functional and occupational complaints of these individuals. This enables the healthcare team to understand factors associated with pain intensity and, thus, develop strategies for greater participation and engagement in meaningful occupations for this group. This includes improvements in reception and follow-up, education on pain neuroscience, and the acquisition of coping strategies. Beyond the health well-being perspective, there is a need for the development of public policies that ensure access to income, employment, health, and social participation, as well as efforts to reduce health inequities and occupational injustices. Discussion (Phase 2): Individuals living with chronic pain often face significant challenges in occupational performance, may develop cognitive distortions, and resort to passive coping strategies that are less effective in dealing with pain intensity. It is important to consider the impact of social determinants that promote occupational injustices and contribute to the chronicity of pain, such as economic vulnerability, precarious working conditions, reduced social support, gender and ethnic-racial inequalities. Women, in particular, face the oppression of patriarchal and neoliberal discourses, aesthetic standards, and social stigmas that perpetuate situations of violence and invisibility of pain. Conclusion: It is suggested that there be further exploration in epidemiological studies investigating factors associated with pain intensity during acute episodes in individuals with chronic pain. Understanding the discourse and occupational experiences of this population can assist specialized healthcare services in developing more effective care strategies.
 
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Data de Publicação
2024-07-26
 
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