Introdução: O diabetes mellitus (DM) e uma doenca crônica nao transmissível, cuja prevalência mundial é estimada em torno de 10,5%, sendo de 9,2% a 9,4% no Brasil. Ela é um dos fatores de risco para eventos micro e macrovasculares, impactando de forma importante nos custos em saúde, sejam eles diretos, indiretos ou intangíveis. Objetivo: Analisar o perfil clínico e farmacoterapêutico das pessoas adultas com DM tipo 2 (DM2) em uma unidade de saúde militar no estado de São Paulo, no ano de 2019. Métodos: Estudo descritivo com abordagem transversal, do tipo levantamento, em unidade de saúde militar. A amostra foi constituída por 170 beneficiários aleatoriamente selecionados dos dados do serviço de saúde da instituição com diagnóstico de DM2 registrado em prontuário, idade igual ou superior a 30 anos, de ambos os sexos, em uso de medicamentos para a doença e com registro adequado de, no mínimo, uma consulta médica em 2019. Os dados coletados foram sociodemográficos, o acesso ao serviço de saúde, informações de morbidades associadas, clínico-laboratoriais, de pressão arterial e sobre todos os medicamentos prescritos individualmente. A variável dependente utilizada para verificação do controle glicêmico foi a hemoglobina glicada menor que 7%. Resultados: A amostra estudada foi constituída predominantemente por pessoas do sexo masculino (57,6%), idosas (64,7%), formada por militares inativos (55,2%) e seus dependentes (38,2%), os quais utilizaram o serviço de saúde 6 vezes ao ano, em média. A prevalência de multimorbidade foi de 97,6%, sendo a hipertensão arterial sistêmica (71,8%), distúrbios lipídicos (65,9%) e outros distúrbios cardiovasculares (26,5%) as doenças mais frequentes. Enquanto isso, a prevalência de polifarmácia foi de 60,6%, sendo os principais tratamentos para DM2 realizados com metformina (90,6%), sulfonilureias (22,9%), inibidores de dipeptidil peptidase 4 (16,5%) e inibidores do cotransportador de sódio-glicose 2 (10,0%) estando a monoterapia (50,6%). O controle glicêmico adequado foi observado em 75,9%, associado à multimorbidade, seis ou mais doenças e emprego de monoterapia para o DM2 (p<0,05). Já o controle glicêmico inadequado associou-se à baixa frequência às consultas médicas e à prescrição de insulina (p<0,05). Conclusão: Verificou-se elevada frequência de polifarmácia e multimorbidade, bem como as variáveis associadas ao controle glicêmico. Assim, propõe-se a elaboração e execução de propostas terapêuticas que garantem a integralidade do cuidado, a fim de obter desfechos clínicos apropriados ao controle do DM2.

Introduction: Diabetes mellitus (DM) is a chronic non-transmissible disease, whose worldwide prevalence is estimated at around 10.5%, with a prevalence of 9.2% to 9.4% in Brazil. It is one of the risk factors for micro and macrovascular events, significantly impacting health costs, whether direct, indirect or intangible. Objectives: To analyze the clinical and pharmacotherapeutic profile of adults with type 2 DM (DM2) in a military health unit in the state of São Paulo, in 2019. Method: This is a descriptive study with a cross-sectional approach, of the survey type, in a military health unit. The sample consisted of 170 beneficiaries randomly selected from the institution's health service data with a diagnosis of DM2 registered in the medical records, aged 30 years or older, of both sexes, using medication for the disease and with an adequate record of, at least, one medical consultation in 2019. The data collected were sociodemographic, access to the health service, information on associated morbidities, clinical and laboratory data, blood pressure and on all medications prescribed individually. The dependent variable used to verify glycemic control was glycated hemoglobin less than 7%. Results: The sample studied consisted predominantly of males (57.6%), elderly (64.7%), inactive military personnel (55.2%) and their dependents (38.2%), who used the health service 6 times a year, on average. The prevalence of multimorbidity was 97.6%, with systemic arterial hypertension (71.8%), lipid disorders (65.9%) and other cardiovascular disorders (26.5%) being the most frequent diseases. Meanwhile, the prevalence of polypharmacy was 60.6%, with the main treatments for DM2 being metformin (90.6%), sulfonylureas (22.9%), dipeptidyl peptidase 4 inhibitors (16.5%) and sodium-glucose cotransporter 2 inhibitors (10.0%) with monotherapy (50.6%). Adequate glycemic control was observed in 75.9%, associated with multimorbidity, six or more diseases and use of monotherapy for DM2 (p<0.05). Inadequate glycemic control was associated with low frequency of medical appointments and insulin prescription (p<0.05). Conclusion: There was a high frequency of polypharmacy and multimorbidity, as well as variables associated with glycemic control. Thus, it is proposed the elaboration and execution of therapeutic proposals that guarantee the completeness of care, in order to obtain appropriate clinical outcomes for the control of DM2.