Introdução: A ultrassonografia é uma ferramenta importante para a avaliação na artrite idiopática Juvenil (AIJ). O objetivo do estudo foi avaliar a reprodutibilidade de escore já proposto na literatura visando a graduação ultrassonográfica semiquantitativa de sinovite em pacientes com artrite idiopática juvenil e a possível associação das diferentes graduações de sinovite ao modo B e Power Doppler com dados clínicos. Materiais e métodos: Entre janeiro de 2017 a março de 2020, 68 pacientes consecutivos (média de idade 9,1 anos, DP 3,87 anos, 1-15 anos) com diagnóstico de artrite idiopática juvenil foram incluídos neste estudo. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética local. Dados clínicos, incluindo dor, edema, aumento de temperatura e limitação de movimento, foram registrados para comparação. A sinovite foi graduada ao modo B e Power Doppler (PD) de forma independente e as cegas por dois radiologistas musculoesqueléticos. Para o cálculo da concordância inter e intraobservadorutilizamos o coeficiente kappa ponderado. Para comparar as graduações modo B e PD com os achados clínicos foi utilizado o modelo de regressão log-binomial com efeito aleatório. Todas as análises foram realizadas através do SAS 9.4 considerando um nível de significância p<0,05. Resultados: A concordância intraobservador para a classificação da sinovite foi quase perfeita no modo B (k 0,90 (0,86 - 0,95)) e PD (k 0,84 (0,77 - 0,92)). A concordância interobservador para a graduação da sinovite foi substancial no modo B (k 0,74 (0,66 - 0,81) e PD (k 0,63 (0,53 - 0,73)). US detectou mais sinovite do que o exame clínico em 19,2% dos casos. Estima-se que em média, o grau 0 de sinovite ao modo B teve uma prevalência 44% menor de pelo menos 1 achado clínico quando comparado com o grau 1, 58% menor quando comparado com o grau 2 e 52% menor quando comparado com o grau 3. Para o grau 1 de sinovite ao modo B, estima-se uma prevalência em média 26% menor de pelo menos 1 achado clínico quando comparado com o grau 2. Além disso, em média, o grau 0 de sinovite ao PD teve uma prevalência 51% menor de apresentar pelo menos 1 achado clínico quando comparado com o grau 1 e 41% menor quando comparado com o grau 2. Conclusões: A concordância intraobservador para a graduação de sinovite nos joelhos em pacientes com AIJ no nosso estudo foi quase perfeita e a concordância interobservador foi substancial. A ultrassonografia detectou mais sinovite que o exame físico. A prevalência de achados clínicos é maior nos graus maiores de sinovite.

Background: Ultrasonography is an important tool for the clinical assessment in Juvenile Idiopathic Arthritis (JIA). The aim of the study was to evaluate the reproducibility of a score already proposed in the literature to grade synovitis semi-quantitatively by ultrasonography in patients with juvenile idiopathic arthritis and the association of Bmode and Power Doppler synovitis grades with clinical data. Materials and Methods: Between January 2017 and March 2020, 68 consecutive patients (mean age 9.1 years, SD 3.87 years, 1-15 years) diagnosed with juvenile idiopathic arthritis were included in this study. The study was approved by the Local Ethics Committee. Clinical data including painful, swollen, temperature increase and limitation of movement were recorded for comparison. Synovitis was graded in Mode B and Power Doppler (PD) by two musculoskeletal radiologists to calculate the inter- and intra-observer agreement, using the weighted kappa coefficient. To compare the Bmode and PD grades for the presence of clinical symptoms, the log-binomial regression model with random effect was used. All analyzes were performed using SAS 9.4 considering a significance level of 5%. Results: The intra-observer concordance for synovitis grading was almost-perfect in B-mode (k 0.90 (0,86 - 0,95)) and PD (k 0,84 (0,77 - 0,92)). The inter-observer concordance for synovitis grading was substancial in B-mode (k 0,74 (0,66 - 0,81)) and PD (k 0,63 (0,53 - 0,73)). US detected more synovitis than the clinical examination in 19.2% of cases. It was estimated that, on average, grade 0 B-mode synovitis had a 44% lower prevalence of at least 1 clinical finding when compared with grade 1, 58% lower when compared with grade 2, and 52% lower when compared with grade 3. For grade 1 B-mode synovitis, an average 26% lower prevalence of at least 1 clinical finding is estimated when compared to grade 2. In addition, on average, grade 0 PD synovitis had a prevalence 51% lower than presenting at least 1 clinical finding when compared to grade 1 and 41% lower when compared to grade 2. Conclusions: The intraobserver agreement for the transition of synovitis in the JIA patients in our study was almost perfect and the interobserver was substantial. Ultrasonography detected more synovitis than physical examination. A higher prevalence of clinical findings was demonstrated in higher degrees of synovitis.