O aumento na incidência do câncer de mama implica no surgimento de sintomas associados à doença e aos tratamentos, como a dor. Para o alívio desse sintoma, as terapias auriculares têm sido utilizadas de forma complementar aos tratamentos de rotina, principalmente pela sua segurança e ação analgésica. Esta revisão sistemática tem o objetivo de identificar na literatura científica as evidências disponíveis sobre a efetividade das terapias auriculares na dor de mulheres com câncer de mama em tratamento oncológico. Trata-se de uma revisão sistemática conduzida segundo as recomendações da Cochrane, reportada de acordo com as orientações do The Preferred Reporting Items for Systematic Review for acupuncture checklist (PRISMA-A), que incluiu ensaios clínicos randomizados que avaliaram os efeitos das terapias auriculares na dor em mulheres com câncer de mama em tratamento oncológico, em comparação com outras intervenções. A intensidade da dor, induzida ou não pelos tratamentos oncológicos, foi o principal desfecho avaliado. A busca dos estudos foi realizada nas seguintes bases de dados e outras fontes de informações: MEDLINE via PubMed, Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature (CINAHL), Cochrane Central Register of Controlled Trials (CENTRAL), EMBASE, Web of Science, Scopus, Biblioteca Virtual em Saúde, Biblioteca Virtual em Saúde em Medicina Tradicional, Complementar e Integrativa, China National Knowledge Infrastructure (CNKI) e WanFang Data. A busca na literatura cinzenta ocorreu no Google Scholar. Os revisores avaliaram independentemente os textos completos, extraíram os dados e avaliaram o risco de viés dos estudos incluídos por meio da ferramenta Revised Cochrane risk of bias tool for randomized trials (RoB 2.0) da Cochrane. A metanálise estimou o efeito da terapia auricular na intensidade da dor e avaliou e a heterogeneidade entre os estudos, utilizando o teste Q de Cochran, quantificado pelo índice de inconsistência de Higgins. A certeza da evidência foi julgada utilizando a ferramenta Grading of Recommendations, Assessment, Development, and Evaluation (GRADE). No total, foram identificados 1309 estudos, dos quais, 12 foram incluídos na amostra final e sete integraram a metanálise. As terapias auriculares mostraram benefícios no alívio da dor, embora, a maioria dos estudos tenha sido avaliado com alto risco de viés. A proporção média de melhora da dor no grupo que recebeu a intervenção foi de 54% quando comparada à pré-intervenção, com uma certeza da evidência moderada, e a média de redução da intensidade da dor foi de 2,13 pontos maior no grupo que recebeu a terapia auricular em comparação com o grupo controle, em uma escala de 0-10, com uma certeza de evidência baixa. Portanto, conclui-se que as terapias auriculares, principalmente quando realizadas com sementes ou agulhas, combinadas a outras intervenções, são recursos complementares que promovem a redução da intensidade da dor, especialmente, dores do tipo artralgia, musculoesqueléticas e relacionadas ao pós-operatório, em mulheres com câncer de mama em tratamento oncológico. São necessários novos estudos clínicos com delineamento robusto para melhorarmos a qualidade das evidências.

The increase in the incidence of breast cancer implies the emergence of symptoms associated with the disease and treatments, such as pain. To alleviate this symptom, auricular therapies have been used in addition to routine treatments, mainly due to their safety and analgesic action. This systematic review aims to identify available evidence in the scientific literature on the effectiveness of auricular therapies for pain in women with breast cancer undergoing oncological treatment. This is a systematic review conducted according to Cochrane recommendations, reported in accordance with the guidelines of The Preferred Reporting Items for Systematic Review for acupuncture checklist (PRISMA-A), which included randomized clinical trials that evaluated the effects of auricular therapies on pain in women with breast cancer undergoing oncological treatment, compared to other interventions. The intensity of pain, whether induced or not by oncological treatments, was the main outcome evaluated. The search for studies was carried out in the following databases and other sources of information: MEDLINE via PubMed, Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature (CINAHL), Cochrane Central Register of Controlled Trials (CENTRAL), EMBASE, Web of Science, Scopus, Virtual Health Library, Virtual Health Library on Traditional, Complementary and Integrative Medicine, China National Knowledge Infrastructure (CNKI) and WanFang Data. The grey literature search took place on Google Scholar. The reviewers independently evaluated the full texts, extracted the data and assessed the risk of bias of the included studies using the Cochrane Revised risk of bias tool for randomized trials (RoB 2.0). The meta-analysis estimated the effect of auricular therapy on pain intensity and evaluated the heterogeneity between studies, using the Cochran's Q test, quantified by the Higgins inconsistency index. The certainty of the evidence was judged using the Grading of Recommendations, Assessment, Development, and Evaluation (GRADE) tool. In total, 1309 studies were identified, of which 12 were included in the final sample and seven were included in the meta-analysis. Auricular therapies have shown benefits in relieving pain, although most studies have been assessed as having a high risk of bias. The average proportion of pain improvement in the group that received the intervention was 54% when compared to the pre-intervention, with a moderate certainty of evidence, and the average reduction in pain intensity was 2.13 points greater in the group that received the intervention. received auricular therapy compared to the control group, on a scale of 0-10, with a low certainty of evidence. Therefore, it is concluded that auricular therapies, especially when performed with seeds or needles, combined with other interventions, are complementary resources that promote the reduction of pain intensity, especially arthralgia-type, musculoskeletal and postoperative-related pain, in women with breast cancer undergoing oncological treatment. New clinical studies with a robust design are needed to improve the quality of evidence.