Essa dissertação é um trabalho que busca uma reflexão sobre a interatividade entre homem e computador. Para compreender esse fenômeno, é realizado um estudo multidisciplinar sobre os seus conceitos estruturais, situando a idéia de interatividade na Arte e na Física. Esse exercício transdisciplinar visa ampliar nosso imaginário sobre as relações contidas entre observador, meio de observação e observado, entre autor, obra e leitor (fruidor ou usuário), analisando a possibilidade de interferência mútua num contexto compartilhado. Nesse processo, é analisada a utilização de paradigmas mecanicistas para a confecção de interfaces, indicando a metáfora e a perspectiva como seus principais representantes. Esses recursos, a princípio, serviriam para ressaltar a similaridade entre o mundo do homem e o mundo do computador. Como contraponto à essa postura, é indicado na Física e na Arte situações onde a ambigüidade e o espaço heterogêneo são predominantes. Esse contraponto serviria como referência para se exercitar respostas sobre as seguintes pergunta: Como o mundo matemático e binário do computador, enquanto sistema maquinal, pode gerar situações onde o homem se flagra crendo estar em um "lugar" (Realidade Virtual) e falando com "pessoas" (avatares ou inteligências artificiais)? Como esta sensação estaria levando o homem à uma alienação em relação ao mundo do computador, limitando uma participação mais criativa e até uma maior apropriação do meio? Nessa atmosfera conflitante nasce a idéia de membrane e Schnittstelle. Esses termos foram utilizados como recurso para se definir melhor a contraposição entre as interfaces que buscam uma interação amigável e aquelas que buscam levar o usuário à uma maior reflexão e questionamento sobre o meio computacional

That dissertation is a work that looks for a reflection about the interactivity between man and computer. To understand this phenomenon, I have done a multidisciplinary study about its structural concepts, placing the interactivity idea on Arts and Physics. This transdisciplinary exercise intends to enlarge our imaginary about the relationships between observer, mean of observation and observed, between author, art-work and reader (or user), analysing the possibility of mutual interference on a shared context. In this process is analysed the utilisation of mechanics paradigms for building interfaces, indicating the metaphor and the perspective as its main representatives elements. Those elements, in a initial moment, would help to establish the similarity between the man's world and the world of the computer. As an opposition to the this posture, it is indicated in Physics and in Art situations where the ambiguity and the heterogeneous space are predominant. That opposition would help us as a reference for answering the following question: How the mathematical and binary world of the computer, as a mechanical system, can generate situations where the man believes to be in a "place" (Virtual Reality) and talking to "people" (avatars or artificial intelligences)? How could this sensation take a person to an alienation about the world of the computer, making a creative participation and a larger appropriation of the digital mean more difficult to happen? In this struggling atmosphere the concept about membrane and Schnittstelle was born. Those terms were used to define the opposition between the interfaces which look for a friendly interaction and those which intend to stimulate the user to a higher reflection about the computer.