Esta pesquisa compartilha processos pedagógicos de criação de dramaturgia(s) que se desenvolvem por meio das relações entre os mascaramentos corporais dos artistas, o espaço da rua e os transeuntes-espectadores. Apresento uma dramaturgia pensada de forma expandida e processual, que se define pelos deslocamentos e infiltrações desses corpos mascarados no espaço urbano, pela organização das ações dos performers mascarados em jogo com o Espaço e com um público efêmero, que observa e segue, levando consigo suas percepções. A imprevisibilidade, o imponderável, a presença do performer que age motivado por suas questões subjetivas, políticas, sociais, e não por um personagem que irá representar, estão presentes nesse processo de criação fazendo parte dos procedimentos artísticos e pedagógicos propostos, fundamentados nas ideias de Josette Féral, acerca do "teatro performativo" e "teatralidades cotidianas", e nas ideias de "multiestabilidade perceptiva", de Érika Fischer-Lichte, quando fala sobre o espectador que se encontra em um "entre" a "ordem de representação" e a "ordem da presença".

This research benefits from pedagogical processes of creation of dramaturgy (s) which is developed through the interaction of the 'body masks' of the artist, the 'passers-by-spectators' and the public space. I present a dramaturgy thought in an expanded and procedural way, defined by the displacement and infiltrations of these masked bodies in urban space, by the organization of the actions of the masked performers interacting with space and with an ephemeral audience that observes and follows, taking with them their perceptions. The unpredictability, the imponderable, the presence of the performer who acts motivated by his subjective, political, and social issues, and not by a character that will play, are present in this process of creation. Thus being part of the artistic and pedagogical procedures proposed. This is based on the ideas of Josette Féral about the "performative theater" and "daily theatricalities", and Érika Fischer-Lichte's ideas of "perceptual multistability", when she talks about the spectator who is in "between" the "order of representation" and the "order of presence".