A partir da premissa de que a subjetivação seja o lugar do autor e baseados nos três domínios abordados na obra de Michel Foucault: Arqueologia, Genealogia e Ética, empreendemos uma investigação acerca dos modos de subjetivação de artistas, artistas gráficos e designers por meio dos elementos próprios da autoria, como as relações de saber, poder e o chamado cuidado de si (este último como parte do pensamento foucaultiano em torno da hermenêutica do sujeito). Instigava-nos entender o fator desencadeante para o estabelecimento de subjetividades que pareciam se dar a partir de uma teia de condutas próprias àqueles campos e constituídas, portanto, em torno de relações de saber e poder, específicas. Assim sendo, ampliamos tal compreensão da autoria, expandindo-a junto à noção de gênio de Immanuel Kant e que se baseia na ideia da criação de regras e preceitos. Introduzimos, junto a isso, os fundamentos do pensamento de Foucault em torno das práticas discursivas - utilizados ao longo do trabalho, a fim de promover uma investigação do sujeito em posição autor e daquilo que determina sua elaboração de regras de funcionamento do discurso. Posto isto, objetivamos investigar os sujeitos - artistas, artistas gráficos e designers -, como autores, por meio de seus mecanismos de saber e de suas relações de poder, o que foi feito a partir de suas subjetividades, compreendidas por meio de sua autoridade na criação de regras de conduta. Para tal, buscando entender os modos de constituição da subjetivação do autor, baseados nestas condutas, perguntamos: quais são os modos pelos quais o sujeito autor estabelece regras para si e para os outros? A fim de delimitar tal campo problemático, dividimos este trabalho em quatro capítulos, os dois primeiros discutem os modos de subjetivação do autor a partir dos domínios focaultianos vinculados às relações de poder e saber e o terceiro e o quarto capítulos utilizam-se do domínio da obra de Foucault relativo à Ética, em que tratamos do chamado cuidado de si. No último capítulo, traçamos tal reflexão a partir da produção de um Livro de artista intitulado O livro por vir, que tem como propósito representar alegoricamente o espaço da discursividade por meio de um conjunto de enunciados determinados por justaposição, relações de poder e saber e pela produção de subjetividades.

Based on the premise that subjectivity is the author's place and based on the three domains addressed in Michel Foucault's work: Archeology, Genealogy and Ethics, we undertake an investigation about the subjectivities modes of artists, graphic artists and designers through the elements, as well as the relations of knowledge, power and the so-called self-care (the last as part of Foucault's thinking about the hermeneutics of the subject). It instigated us to understand the triggering factor for the establishment of subjectivities that seemed to occur from a web of conduct proper to those fields and created, therefore, around specific relations of knowledge and power. Thus, we extend this understanding of authorship, expanding it along with Immanuel Kant's notion of genius, which is based on the idea of the creation of rules and precepts. We introduced, in addition to this expansion, the foundations of Foucault's thinking around the discursive practices - which were used throughout the work, in order to promote an investigation of the subject, in the author´s position, and of what determines its elaboration of rules of discourse functioning. Thus, we aimed to investigate the subjects - artists, graphic artists and designers -, as authors, by their mechanisms of knowledge and their power relations, which was done from their subjectivities and their authority in creating rules of conduct. In order to understand the modes of constitution of the subjectivities of the author, based on these behaviors, we asked: what are the ways in which the author establishes rules for himself and for others? In order to delimit such problematic field, we divided this work in four chapters: the first two discuss the author's subjectivities modes from the Foucaultian domains linked to the relations of power and knowledge, and the third and fourth chapters use the domain of Foucault's work on Ethics, dealing with the socalled self-care. In the last chapter, we draw this reflection by the production of an artist's book entitled The book to come, whose purpose is to represent allegorically the space of discursiveness by means of a set of statements determined by juxtaposition, relations of power and knowledge and by the production of subjectivities.