Esta dissertação é fruto de uma pesquisa de fôlego, busca traçar as narrativas constitutivas do gênero do discurso do ensino de artes não-formal do Brasil, se mantendo no formato de um estudo. Para tanto, usa como base os referenciais do Movimento das Escolinhas de Artes do Brasil, os cruzando posteriormente com três ateliês de ensino não-formais contemporâneos: o ateliê Lola Ufus; o Ateliê Nossa Casa; a Escolinha de Artes do Recife. Para estabelecer esse estudo, que parte para a composição do gênero do discurso constitutivo da educação artística, inicia no primeiro capítulo uma digressão no pensamento do círculo de Bakhtin. Estabelecendo, a partir de seus conceitos chaves, o que seriam os gêneros discursivos, o que seriam os cronotopos e o modo como estes foram articulados de acordo com o estudo aqui pretendido. Os capítulos que se seguem constroem, a partir da cronologia estabelecida pelo próprio Movimento das Escolinhas de Artes do Brasil, o que seria o órgão de memória do gênero da educação artística, buscando com isso estabelecer os cronotopos específicos que constituem e constroem estes referenciais, assim como vendo como eles se articulam - mesmo como reminiscência - nos ateliês contemporâneos estudados no presente trabalho. A cronologia estabelecida é: Franz Cizek; o ensino de artes do início da república, das Escolas Novas e estudos psicológicos que tomam a infância como objeto de pesquisa; Herbert Read; o Movimento das Escolinhas de Arte do Brasil e alguns de seus participantes proeminentes. Uma vez descritos e pormenorizados, esses cronotopos são cruzados com ateliês contemporâneos, buscando o que é descrito por Bakhtin como imortalidade histórica relativa.

This dissertation is the result of extensive research, it seeks to trace the constitutive narratives of the discourse genre of non-formal arts education in Brazil, maintaining the format of a study. In order to do so, it uses as a basis the references from Movimento das Escolinhas de Artes do Brasil, later crossing them with three contemporary non-formal teaching ateliers: the Lola Ufus atelier; the Ateliê Nossa Casa; the Escolinha de Artes do Recife. To establish this study, which starts with the composition of the genre of the constitutive discourse of artistic education, a digression into the thought of Bakhtins Circle begins in the first chapter. Establishing, from its key concepts, what would be the discursive genres, what would be the chronotopes and the way in which they were articulated according to the study intended here. The following chapters build, from the chronology established by the Movimento das Escolinhas de Artes do Brasil itself, what would be the memory organ of the artistic education genre, seeking to build its specific chronotopes that constitute and build these references, as well as seeing how they are articulated - even as reminiscences - in the contemporary ateliers studied in the present work. The established chronology is: Franz Cizek; the teaching of art from the beginning of the republic, the New Schools and psychological studies that take childhood as an object of research; Herbert Read; the Movimento das Escolinhas de Arte do Brasil, and some of its outstanding participants. Once described and detailed, these chronotopes are crossed with contemporary ateliers, seeking what is described by Bakhtin as relative historical immortality.