A presente pesquisa discute e analisa, a partir do binômio comunicação e trabalho, no contexto brasileiro, as relações de comunicação dos profissionais do setor de tecnologia da informação. O estudo busca responder se os profissionais enfrentam jornadas de trabalho exaustivas, se há o incentivo para que elas sejam realizadas e como os trabalhadores se relacionam com os discursos de estímulo ao trabalho excessivo. A hipótese da pesquisa é a de que há entre esses profissionais o culto ao trabalho excessivo conjunto de práticas do mundo do trabalho no capitalismo contemporâneo, no qual ocorre a glorificação do discurso sobre o adensamento das atividades, com um ritmo de trabalho mais intenso para se ganhar mais dinheiro. A metodologia da pesquisa abarca levantamento de informações sobre o trabalho na área de tecnologia, formulário de pesquisa, aplicado a um grupo de 217 trabalhadores do setor de tecnologia da informação; e entrevistas semiestruturadas realizadas com 10 participantes da segunda fase empírica da pesquisa. O material coletado foi tratado por meio de interpretação dos dados do formulário e de análise do discurso materialista das entrevistas. Os resultados mostram que os discursos de incentivo ao trabalho excessivo são estruturais e imperativos no sistema capitalista e, portanto, estão presentes também no setor de TI, dentre outros apontamentos.

This research discusses and analyzes, within the Brazilian context, the communication and work dynamics of professionals in the information technology sector. The study aims to address whether these professionals face exhausting work hours, whether there is encouragement for such practices, and how workers relate to discourses that promote overwork. The research hypothesis suggests that there is a culture of overwork among these professionals, which encompasses a set of practices in the contemporary capitalist workplace that glorify the discourse of increasing work intensity to earn more money. The research methodology includes data collection on the technology field, a survey distributed to a group of 217 information technology workers, and semi-structured interviews conducted with 10 participants in the second empirical phase of the research. The collected data was analyzed through the interpretation of survey responses and a materialist discourse analysis of the interviews. The results indicate that discourses promoting overwork are structural and imperative within the capitalist system and, therefore, are also prevalent in the IT sector, among other findings.