O objetivo do presente estudo é analisar o efeito de medicação antiparkinsoniana nos parâmetros espaço-temporais da marcha de indivíduos com doença de Parkinson (DP), comparando indivíduos com e sem congelamento de marcha (CM), levando-se em consideração as possíveis diferenças clínicas entre eles. Vinte e dois indivíduos com DP compuseram um de dois grupos, com CM (CM+, n = 11) ou sem CM (CM-, n = 11). Parâmetros espaço-temporais da marcha foram analisados em duas sessões experimentais: uma em estado ON da medicação (1 h após a última ingestão da medicação) e outra em estado OFF (~12 h após a última ingestão da medicação), sendo a ordem delas intercaladas entre os participantes em cada grupo. Em cada uma das sessões também foram aplicadas as seguintes escalas de avaliação: parte II e III da Unified Parkinsons Disease Rating Scale (UPDRS II e UPDRS-III), Hoehn e Yahr (H&Y), questionário Montreal Cognitive Assessment (MoCA) e escala Mini-Teste de Sistema de Avaliação do Equilíbrio (Mini-BESTest). As escalas clínicas foram analisadas utilizando o teste de Wilcoxon para comparações intragrupo (efeito de medicação), e teste U de Mann-Whitney para comparações intergrupo (efeito de CM). Modelos lineares de efeitos mistos 2 (grupo: CM+ X CM-) X 2 (medicação: ON X OFF) foram aplicados para investigar se os resultados dos parâmetros espaço-temporais diferiam entre grupos e medicação, controlando (Modelo 2) ou não (Modelo 1) para diferenças entre grupos encontradas nas características demográficas e escalas clínicas (UPDRS-III, H&Y), duração da doença e dosagem da medicação. Em ambos os modelos de análise, os resultados mostraram que velocidade de deslocamento, comprimento da passada e do passo foram significantemente maiores na condição ON do que na condição OFF, para ambos os grupos, e significantemente menores no grupo CM+ do que no grupo CM-, independentemente da condição de medicação. Esses resultados indicam que a medicação induziu à melhora da marcha de forma equivalente entre os grupos com e sem congelamento de marcha.

The aim of the present study is to analyze the effect of antiparkinsonian medication on spatiotemporal gait parameters of individuals with Parkinson's disease (PD), comparing individuals with and without freezing of gait (FoG), considering possible clinical differences between them. Twenty-two individuals with PD composed one of two groups, with FoG (FoG+, n = 11) or without FoG (FoG-, n = 11). Spatiotemporal gait parameters were analyzed in two experimental sessions: one in the ON medication state (1 h after ingestion), and another in the OFF medication state (~12 h after the last medication ingestion), with order alternated intra-group. In each session, the following assessment scales were applied: part II and III of the Unified Parkinson's Disease Rating Scale (UPDRS II and UPDRS-III), Hoehn and Yahr (H&Y), Montreal Cognitive Assessment questionnaire (MoCA) and Mini-Test scale of de Balance Assessment System (Mini-BESTest). Clinical scales were analyzed using the Wilcoxon test for intragroup comparisons (medication effect), and Mann-Whitney U test for intergroup comparisons (FoG effect). Linear mixed effect models 2 (group: FoG+ X FoG-) X 2 (condition: ON X OFF) were used to investigate whether the results of spatiotemporal parameters differed between groups (FoG+ and FoG-) and medication (ON and OFF), controlling (Model 2) or not (Model 1) for differences between groups in demographic characteristics, clinical scales (UPDRS-III, H&Y), disease duration, and medication dosage. In both statistical models, results showed that displacement speed, stride and step length were significantly higher in the ON than in the OFF condition, for both FoG+ and FoG- groups, and significantly lower in the FoG+ than in the FoG- group, regardless of the medication state. These results indicate that medication improved equivalently gait performance in the groups with and without freezing of gait