Realizou-se um experimento para investigar o papel do comportamento de escolha e do comportamento supersticioso na evolução cultural cumulativa utilizando um delineamento de substituição de participantes em uma cadeia de observações, com duas condições: uma social, na qual cada participante observava um participante anterior executando a tarefa antes de sua própria atuação, e uma individual na qual cada participante atuava sozinho pelo mesmo número de sessões realizadas na condição social, i.e., seis sessões de cinco minutos cada. A tarefa experimental utilizou os esquemas de reforçamento concorrente conc VI 15 EXT e conc FI 15 EXT. Observou-se que o uso de esquemas concorrentes produziu baixa eficiência das práticas transmitidas, gerando respostas desnecessárias em especial na condição social, ainda que esse efeito tenha se mostrado temporário entre sessões. Tanto no esquema conc VI EXT quanto no esquema conc FI EXT os resultados da condição individual na última sessão mostraram um desempenho melhor do que o da condição social mas essa melhora não foi gradual entre sessões no esquema conc FI EXT. Os resultados foram discutidos em termos de maximização dos ganhos e eficiência das práticas, levando em conta os custos e benefícios das relações entre organismo e ambiente no condicionamento operante, também entendido como escolha. Posteriormente uma análise teórica a respeito do papel da ontogênese nos processos de evolução das espécies e da cultura também salientou a importância dos estudos sobre aprendizagem e as contribuições e limitações teóricas e metodológicas do modelo de seleção pelas consequências proposto por Skinner (1981) para a aproximação entre essas áreas. Por fim foram apresentadas também algumas abordagens que permitem superar algumas limitações identificadas, dentre elas as medidas relativas de resposta utilizadas por Herrnstein (1961; 1970) e as análises de correlação entre taxas de resposta e taxas de reforços utilizada por Baum (1973).

An experiment was carried out to investigate the role of choice behavior and superstitious behavior in cumulative cultural evolution using a participant replacement design in an observation chain, with two conditions: a social one, in which each participant observed a previous participant in action during the task before their own performance, and an individual one in which each participant acted alone for the same number of sessions carried out in the social condition, i.e., six sessions of five minutes each. Experimental task employed the concurrent reinforcement schedules conc VI 15 EXT and conc FI 15 EXT. The use of concurrent schedules produced low efficiency of the transmitted practices, generating unnecessary responses, especially in the social condition, although this effect was temporary between sessions. Both in the conc VI EXT and in the conc FI EXT schedule, individual condition results in the last session showed a better performance than the social condition, but this improvement was not gradual between sessions in the conc FI EXT schedule. The results were discussed in terms of maximization of gains and efficiency of practices, taking into account the costs and benefits of the relationship between organism and environment in operant conditioning, also understood as choice. Subsequently, a theoretical analysis of the role of ontogenesis in evolutionary processes of species and culture also highlighted the importance of studies on learning and the theoretical and methodological contributions and limitations of the selection by consequences model proposed by Skinner (1981) for the approximation between these areas. Finally, some approaches that allow overcoming some of the identified limitations were also traced, among them relative measures of response used by Herrnstein (1961; 1970) and correlation analyzes between response rates and reinforcement rates used by Baum (1973).