Tese de Doutorado
DOI
https://doi.org/10.11606/T.47.2011.tde-17042012-104758
Documento
Autor
Nome completo
Fabiana Vieira Gauy
E-mail
Unidade da USP
Área do Conhecimento
Data de Defesa
Imprenta
São Paulo, 2011
Orientador
Banca examinadora
Silvares, Edwiges Ferreira de Mattos (Presidente)
Asbahr, Fernando Ramos
Bertolla, Márcia Helena da Silva Melo
Lotufo Neto, Francisco
Rangé, Bernard Pimentel
Título em português
Treino de terapeutas-estagiários no atendimento de crianças ansiosas
Palavras-chave em português
Ansiedade
Criança
Estágio
Terapia cognitivo-comportamental
Treinamento
Resumo em português
Estudos em serviços-escola de psicologia questionam o quanto o modelo vigente atende adequadamente à clientela infantojuvenil, uma vez que é alta a evasão destes pacientes antes e durante o atendimento. Apesar de sugerirem propostas de mudanças no atendimento oferecido, pouco se comenta sobre a necessidade de treino de terapeutas e a baixa procura de crianças com problemas internalizantes, citados na literatura como os de maior incidência nesta população. Este trabalho teve como objetivo diminuir essa lacuna ao propor, elaborar e avaliar uma proposta de treinamento de estagiários no atendimento de crianças ansiosas, inscritas em serviços-escola, com o uso de um protocolo reconhecido internacionalmente para o atendimento dessas crianças (Gato Corajoso), adaptado para a realidade brasileira. Foram escolhidos dois serviços-escola vinculados ao serviço público de saúde, que atendem crianças ansiosas em duas capitais brasileiras, São Paulo e Brasília; treze terapeutas, alunos de graduação de psicologia, foram selecionados para receber o treinamento em duas etapas. Na primeira fase, foi realizado o levantamento da clientela atendida por serviços de saúde mental (n=112), na segunda, foram atendidas 20 crianças com idade entre 9 e 13 anos, enquanto outras 11 crianças com características similares constituíram o grupo controle. Os resultados sugerem que as crianças dos serviços-escola estudados apresentavam características similares às das crianças atendidas pelas clínicas-escolas de psicologia tradicionais, em relação a aspectos como idade, gênero, escolaridade, renda familiar e classe social. Apresentavam, ainda, outras características similares às verificadas nos serviços-escola de saúde, como forma de encaminhamento e queixas. Os resultados também indicam que o desempenho dos terapeutas, por meio de autoavaliação, avaliação por seus pares e por juízes, foi acima da média e a percepção do protocolo pelos próprios terapeutas foi favorável a seu uso. Além disso, os resultados apontam que as crianças ansiosas que participaram da intervenção obtiveram resultados clínicos nas escalas do CBCL indicativos de melhora, quando as crianças foram avaliadas antes e depois da intervenção e com os dados do grupo controle, após o tempo da intervenção. Com essas informações, conclui-se que o treinamento oferecido aos alunos com base em um protocolo de atendimento para ansiedade infantil mostrou-se útil para o atendimento clínico de crianças ansiosas, para ensinar aos alunos sobre terapia cognitivo-comportamental e para orientá-los sobre o que fazer ao longo das sessões de intervenção, diminuindo o impacto da falta de experiência em atendimento infantil e em atendimento grupal. Sugere-se, assim, que o uso de protocolos em treinamentos de terapeutas pode ser uma boa forma de difundir um conhecimento clínico com base em evidências
Palavras-chave em inglês
Anxiety
Children
Cognitive-behavioural therapy
training
Resumo em inglês
Studies on teaching clinics question how adequately the current model provides for children and teenage clients, since the evasion of these patients is high before and during treatment. Although suggestions are made for changes in the offered treatments, little is commented about the need for training therapists and the low demand of children with internalized problems, cited in literature as the problem with the highest incidence in this population. This study has the objective of decreasing this gap by proposing, elaborating and evaluating a proposal for training interns in the treatment of anxious children, enrolled in teaching clinics, with the use of an internationally recognized protocol for the treatment of these children (Coping Cat), adapted for the Brazilian reality. Two teaching clinics linked to public health services that treat anxious children in two Brazilian capitals, São Paulo and Brasilia, were chosen; thirteen therapists, which were undergraduate psychology students, were selected to receive training in two stages. During the first stage, we conducted a survey of the clients that used the mental health services (n=112); in the second stage, 20 children with ages varying between 9 and 13 were treated, while 11 other children with similar characteristics constituted the control group. The results suggest that the children from the studied teaching clinics present similar characteristics to children treated in traditional teaching psychology clinics, in aspects such as age, gender, schooling, family income and social class. They also present other similar characteristics to those verified in teaching clinics, such as the referral methods and complaints. The results also indicate that the performance of the therapists, evaluated by themselves, their colleagues and judges, was above average and that the therapists perception of the protocol was in favor of its use. Also, results show that when the children were evaluated before and after the intervention and with the data of the control group, anxious children who participated in the intervention obtained clinical results in the CBCL scales that indicated improvement. Based on this information, one may conclude that the training offered to students based on a treatment protocol for childrens anxiety was useful for the clinical treatment of anxious children, to teach the students about cognitive-behavioral therapy and to guide them on what they should do during the intervention, which decreased the impact of the lack of experience on childrens therapy and on group therapy. It is thus suggested that the use of protocols for training therapists may be a good way of spreading evidence based clinical knowledge
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Data de Publicação
2012-05-14