Considerando o aumento de comportamentos alimentares disfuncionais, é cada vez mais importante que tenhamos testes validados para aferir os resultados de intervenções feitas para o manejo do peso relacionado a tais comportamentos, assim como para poder identificá-los precocemente visando adequada e rápida intervenção antes que o quadro se instale e se agrave. O objetivo dessa pesquisa foi contribuir com a qualidade da investigação sobre o comportamento alimentar por meio da análise da versão brasileira do Three Factor Eating Questionnaire-R21 (TFEQ-R21), de maneira autoaplicável em ambiente virtual. Para tal, verificamos as evidências de validade, confiabilidade e acurácia do instrumento por intermédio das modelagens estatísticas da Teoria da Resposta ao Item (TRI). Nossa população do estudo não foi representativa de nenhum grupo específico, porém foi a suficiente para realizar as análises estatísticas utilizando a TRI. Nesse processo foi verificada a dimensionalidade, utilizando análise fatorial exploratória por componentes principais com rotação oblíqua. Assim como, estimamos os parâmetros utilizando o modelo estatístico para instrumentos unidimensionais com itens politômicos ordinais do tipo Likert, denominado modelo de resposta gradual, de Samejima (1997). Além disso, foram definidos os pontos âncora dos itens e os pontos de corte para os níveis da desregulação do comer. Para além da TRI, foi calculado o alfa de Cronbach. Os resultados obtidos nos levaram a excluir os itens relacionados a uma das dimensões de análise, denominada restrição cognitiva, além de nos fazer constatar que o questionário avalia com mais acurácia pessoas com maior valor do traço latente de desregulação do comer. A consistência interna medida pelo alfa de Cronbach foi bastante robusta, assim como verificado em pesquisas anteriores. Dessa forma, a versão brasileira do TFEQ se demonstrou um teste unidimensional, e não tridimensional como era tido primariamente, indicando forte associação entre os construtos originais. Encontramos durante os estudos sobre os pontos âncora dos itens do questionário três níveis de desregulação do comer, o que pode colaborar tanto no que tange a identificação precoce de comportamentos disfuncionais como avaliar resultados de intervenções aplicadas no sentido de prevenir as DCNT.

Considering the increase of the prevalence of dysfunctional eating behaviors, validation of assessments tests has become increasingly imperative to evaluate the outcomes of treatments whose targeting weight management associated with such behaviors, and to identify them early for adequate intervention. The purpose of this research is to enhance the quality of studies on eating behavior by analysis the Brazilian version of the Three Factor Eating Questionnaire-R21 (TFEQ-R21), which was self-administered in a virtual environment. To achieve evidence of validity, reliability, and accuracy of the instrument was scrutinized through statistical modeling utilizing Item Response Theory (IRT). The study population is not representative of any specific group but is adequate for validation by means of IRT. Dimensionality was confirmed using exploratory factor analysis for principal components with oblique rotation. Parameters were established applying the model for unidimensional instruments with ordinal polytomous Likert-type items, known as the gradual response model by Samejima (1997). Item scores and cut-off points for "eating dysregulation" levels were also defined. In addition to IRT, Cronbach's alpha was applied. The outcomes prompted the exclusion of items linked to one dimension of analysis, termed "cognitive restraint." The study revealed that the TFEQ-R21 questionnaire assesses more precisely individuals with a higher likelihood of exhibiting the latent trait of "eating dysregulation." Internal consistency, measured by Cronbach's alpha, demonstrated robustness. Therefore, the analysis of the Brazilian version of the TFEQ proves to be a unidimensional test, not tridimensional, showing a substantial association between the original constructs. Throughout the questionnaire score analyses, three levels of eating dysregulation were discerned, offering insights for both early identification of dysfunctional behaviors and evaluation of intervention effectiveness.