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Thèse de Doctorat
DOI
https://doi.org/10.11606/T.5.2007.tde-19102007-193937
Document
Auteur
Nom complet
Marcos Borges Machado
Adresse Mail
Unité de l'USP
Domain de Connaissance
Date de Soutenance
Editeur
São Paulo, 2007
Directeur
Jury
Scalabrini Neto, Augusto (Président)
Frimm, Clovis de Carvalho
Grupi, Cesar Jose
Paola, Angelo Amato Vincenzo de
Rocha, Dalva Marreiro
Titre en portugais
Padrão autonômico cardiovascular e tratamento cirúrgico da obesidade: influência da gastroplastia com derivação gastrojejunal em Y de Reux
Mots-clés en portugais
Derivação gástrica
Freqüência cardíaca
Hipotensão ortostática
Norepinefrina
Obesidade
Perda de peso
Síncope vasovagal
Sistema nervoso autônomo
Resumé en portugais
INTRODUÇÃO: Informações da literatura associam a obesidade a maior atividade simpática. A gastroplastia com derivação gastrojejunal em Y de Roux, que leva a redução rápida e intensa do peso, pode influenciar o padrão autonômico cardiovascular. O objetivo deste estudo é avaliar os efeitos dessa cirurgia sobre a modulação autonômica do coração, tolerância ortostática e excreção urinária de noradrenalina. METODOS: Trata-se de um estudo observacional longitudinal, realizado na cidade de Maringá - PR, com 71 pacientes, incluídos no período de julho de 2004 a dezembro de 2005, avaliados antes e seis meses após a cirurgia. Foram estudados 42 mulheres e 29 homens, com idade variando de 18 a 66 anos (mediana de 36 anos) e índice de massa corpórea (IMC) variando de 37,1 a 56,2 kg/m2 (mediana de 41,9 kg/m2). Do total, 28 eram hipertensos. Não foram incluídos pacientes com diagnóstico de diabetes melito. Análise da variabilidade da freqüência cardíaca no domínio do tempo através de gravações de Holter 24 horas, teste de inclinação ortostática e dosagem de noradrenalina em urina de 24 horas foram realizadas nas duas fases do estudo. Também foram avaliados glicemia e insulina de jejum, perfil lipídico, proteína C-reativa de alta sensibilidade, fibrinogênio e qualidade de vida através do questionário SF-36. RESULTADOS: A redução média do peso, seis meses após a cirurgia, foi de 25,46% e da circunferência abdominal, de 20,4%. A freqüência sinusal se reduziu significativamente, expressa pelo aumento do intervalo NN médio (p<0,001). Os índices da variabilidade da freqüência cardíaca SDNN, SDANN, SDNN index, pNN50 e rMSSD apresentaram aumento significativo (p<0,001, p<0,001, p=0,002, p=0,001 e p=0,002, respectivamente). Os homens apresentaram maior elevação do SDNN e SDANN do que as mulheres (p=0,006 e p=0,007, respectivamente). A idade foi fator significativo para a evolução do SDNN index (p=0,015) e rMSSD (p=0,002), reduzindo-se o aumento com o avanço da idade. A redução da circunferência abdominal apresentou melhor correlação com o aumento da variabilidade da freqüência cardíaca que as reduções do peso e IMC. Nenhum paciente apresentou sintoma novo de intolerância ortostática após a cirurgia. A resposta vasovagal ao teste de inclinação não apresentou diferença significativa entre as duas fases do estudo. A resposta disautonômica foi encontrada em apenas dois casos, após a cirurgia, fato que não permitiu a avaliação deste tipo de resposta. Não houve nenhum caso de hipotensão ortostática sintomática. Houve redução do número de casos de hipotensão ortostática assintomática, com razão de chance para a ocorrência após a cirurgia, em relação ao pré-operatório, de 0,10 (p=0,030). Não houve diferença nos níveis de noradrenalina urinária entre o pré e o pós-operatório. Houve redução da glicemia e insulina de jejum, melhora do perfil lipídico e redução da proteína C-reativa de alta sensibilidade, sem modificação do fibrinogênio. A qualidade de vida apresentou melhora. CONCLUSÃO: A gastroplastia com derivação gastrojejunal modificou o padrão autonômico, aumentando a ação parassimpática sobre o nó sinusal, evidenciada pelo aumento da variabilidade da freqüência cardíaca. A mudança ocorreu sem piora clínica da tolerância ortostática e sem aumento da suscetibilidade à síncope vasovagal.
Titre en anglais
Autonomic cardiovascular activity and surgical treatment of obesity: effect of Roux-en-Y gastric bypass
Mots-clés en anglais
Autonomic nervous system
Gastric bypass
Heart rate
Norepinephrine
Obesity
Orthostatic hypotension
Vasovagal syncope
Weight loss
Resumé en anglais
INTRODUCTION: Findings from literature associate obesity with increased sympathetic activity. Roux-en-Y gastric bypass, which promotes large and rapid weigh loss, can influence the autonomic cardiovascular activity. The aim of the present study was to evaluate the influence of surgery on the heart autonomic modulation, orthostatic tolerance and 24-hour urinary norepinephrine. METHODS: The study was a longitudinal observation carried out in Maringá - PR, embracing 71 patients, recruited from July, 2004 to December, 2005, evaluated before surgery and six months post-operatively. Forty two (42) women and 29 men were investigated, with age varying from 18 to 66 years old (median = 36 years old) and body mass index (BMI) varying from 37.1 to 56.2 kg/m2 (median = 41.9 kg/m2). Out of the total, 28 presented arterial hypertension. Patients diagnosed as diabetics were not included. The analysis of the time domain measures of heart rate variability, by using 24-hour Holter recordings, head-up tilt testing (HUT) and urinary 24-hour norepinephrine assay was performed during both phases of the study. Fasting plasma glucose and insulin, lipid profile, high sensitivity C-reactive protein, fibrinogen and quality of life were also evaluated by applying the SF-36 questionnaire, all before surgery and post-operatively. RESULTS: Six months after surgery, the average of weight loss was 25.46% and the waist circumference reduction was 20.4%. The mean of NN interval showed a significant increase (p<0,001), thus denoting a significant reduction of sinusal rate. The measures of heart rate variability, that is, SDNN, SDANN, SDNN index, pNN50 and rMSSD, showed significant increase (p<0.001, p<0.001, p=0.002 and p=0.002, respectively). Men presented greater increase of SDNN and SDANN than women (p=0,006 and p=0,007, respectively). Age was a significant factor for the evolution of SDNN index (p=0.015) and rMSSD (p=0.002) with a lower increase according to the aging process. The waist circumference reduction presented better correlation with heart rate variability increase than weight loss and BMI reduction. After surgery, no patient showed new symptom of orthostatic intolerance. The vasovagal response to HUT did not present a significant difference between both phases of the study. Dysautonomic response occurred just in two cases, after surgery, not allowing the evaluation of that kind of response. There was no case of symptomatic orthostatic hypotension. There was a significant reduction of asymptomatic orthostatic hypotension cases, with odds ratio of 0.10 (p=0.030) after surgery, in relation to the pre-operative phase. There was not a difference of urinary 24-hour norepinephrine in the period investigated. Fasting plasma glucose and insulin reduced while lipid profile improved and high sensitivity C-reactive protein reduced, without changing the fibrinogen. Quality of life improved. CONCLUSION: Gastric bypass changed the autonomic modulation, increasing the parasympathetic activity on sinus node, which was denoted by an increase in the heart rate variability. The change occurred without clinical worse in orthostatic tolerance and without increase in the susceptibility to vasovagal syncope.
 
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MBMachadotese.pdf (1.28 Mbytes)
Date de Publication
2007-10-23
 
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