Introdução: a síndrome metabólica é uma doença multifatorial, e a microbiota intestinal pode desempenhar um papel em sua patogênese. Obesidade, especialmente obesidade abdominal, é associada a resistência à insulina, frequentemente aumentando o risco de diabetes mellitus tipo 2, disfunção endotelial vascular, alteração do perfil lipídico, hipertensão e inflamação vascular, todos os quais promovem o desenvolvimento de doença cardiovascular aterosclerótica. Objetivos: avaliar os resultados do TMF em pacientes com síndrome metabólica. Métodos: este foi um estudo randomizado, prospectivo, simples-cego controlado por placebo comparando transplante de microbiota fecal (TMF) e um procedimento simulado em pacientes com síndrome metabólica. Foram selecionadas 32 pacientes mulheres, que foram divididas em oito grupos de quatro pacientes cada. Todas as pacientes foram submetidas à endoscopia gastrointestinal superior. Em cada um destes grupos de quatro, duas pacientes foram aleatoriamente alocadas para serem submetidas a TMF, as outras duas pacientes receberam infusão de solução salina. As pacientes foram acompanhadas por 1 ano depois dos procedimentos, durante este tempo dados antropométricos, bioquímicos e bioimpedância foram coletados. As pacientes também tinham consultas periódicas com um nutricionista e endocrinologista. O desfecho primário é a avaliação da mudança na microbiota intestinal dos pacientes submetidos ao TMF. Resultados: houve evidência de uma mudança na composição da microbiota pós-procedimento nas pacientes que foram submetidos a TMF em relação aos que foi observado nas pacientes submetidas ao procedimento simulado. Entretanto, não foram encontradas diferença entre os dois grupos em termos de parâmetros clínicos avaliados. Conclusões: Estudos com amostras maiores de pacientes devem ser realizados para avaliar os potenciais efeitos do TMF na mudança de parâmetros clínicos em pacientes com síndrome metabólica

Background: metabolic syndrome is a multifactorial disease, and the gut microbiota may play a role in its pathogenesis. Obesity, especially abdominal obesity, is associated with insulin resistance, often increasing the risk of type 2 diabetes mellitus, vascular endothelial dysfunction, an abnormal lipid profile, hypertension, and vascular inflammation, all of which promote the development of atherosclerotic cardiovascular disease. Objectives: evaluate the results of fecal microbiota transplantation (FMT) in patients with metabolic syndrome. Methods: this was a randomized, prospective, single-blind, placebo-controlled study comparing fecal microbiota transplantation (FMT) and a sham procedure in patients with metabolic syndrome. We selected 32 female patients, who were divided into eight groups of four patients each. All of the patients were submitted to upper gastrointestinal endoscopy. In each group, two patients were randomly allocated to undergo FMT, the two other patients receiving saline infusion. The patients were followed for 1 year after the procedures, during which time anthropometric, bioimpedance, and biochemical data were collected. The patients also had periodic consultations with a nutritionist and an endocrinologist. The primary end point was a change in the gut microbiota. Results: there was evidence of a postprocedural change in microbiota composition in the patients who underwent FMT in relation to that observed in those who underwent the sham procedure. However, we found no difference between the two groups in terms of the clinical parameters evaluated. Conclusions: studies with larger patient samples should be carried out in order to assess the potential effects of FMT on clinical parameters