Os desafios na formação de educadores são revestidos de múltiplos fatores, desde os que trazem a inerente competência de quem conduz essas ações formativas, até o definitivo papel dos programas de ensino empregados. Encontrar os limites entre a postura utilizada por quem conduz a formação dos educadores e o papel de um modelo de formação, se faz necessário a fim de enriquecer as práticas que contemplem estes fatores. Nesse sentido, o presente estudo tem como objetivo propor um modelo de formação de instrutores e avaliar a sua efetividade. Na busca por avaliar o modelo de formação, foram formados 332 educadores que assumem a função de instrutores credenciados de uma entidade paraestatal do "Sistema S" (Lei nº 8.315, 1991), dedicada à formação profissional e à promoção social, distribuídos em 16 turmas, com uma carga horária total de 32 horas aula cada turma. Os mesmos foram submetidos a quatro horas de acompanhamento pré, no qual foram aplicados o questionário sociodemográfico, o levantamento de conhecimento prévio sobre andragogia e processo grupal, e outras quatro horas de acompanhamento pós formação, em ambos os momentos pré e pós foi aplicado o Teacher Behavior Checklist (TBC). Os dados foram analisados de modo descritivo e inferencial, comparando-se as medianas das respostas de 15 itens do TBC nos momentos pré e pós (teste de Wilcoxon, p ≤ 0,05) e o tamanho do efeito (correlação ponto-bisserial, rB) nas variáveis ordinais. Também foram realizadas análises qualitativas do conteúdo dos documentos técnicos que orientam as práticas educativas da instituição. As análises de conteúdo demostraram enormes lacunas entre as premissas estabelecidas pela instituição e as práticas em sala. Ademais, os resultados mostraram uma diferença estatisticamente significativa em 13 itens identificados pelo TBC nas medidas pré e pós aplicação do modelo de formação. Tais achados não são explicados pela aquisição de conhecimentos e configuram avanços teórico-metodológicos com implicações práticas no desenho de soluções para a formação de educadores.

The challenges in training educators are covered by multiple factors, from the inherent competence of those who conduct these training activities to the definitive role of the teaching programs implemented. Finding the boundaries between the stance taken by those who train educators and the role of a training model is necessary to enrich practices that take these factors into account. With this in mind, this thesis aims to propose a training model for educators. Instructors and evaluate its effectiveness. In an attempt to evaluate the training model, three hundred and thirty-two educators who work as accredited instructors were trained at a "Sistema S" entity, created by Law nº 8.315, of 23/12/1991, under private and parastatal law, dedicated to professional training and social promotion, distributed in sixteen different classes, with a total workload of thirty-two hours per class. They were subjected to four hours of pre-training monitoring and another four hours of post-training monitoring, during the institution's training, when the Teacher Behavior Checklist (TBC) was applied at both times. The technical documents that guide the institution's educational practices were also analyzed and the levels of prior knowledge about andragogy and the group process were mapped. The analysis showed huge disparities between the premises established by the institution and classroom practices. The results showed a significant impact on twelve items identified by TBC in the pre and post-implementation of the training model. These findings are not explained by the acquisition of knowledge and constitute theoretical-methodological advances with practical implications for the design of solutions for the training of educators.