O objetivo desta pesquisa foi comparar os registros de emissões otoacústicas de dois grupos de indivíduos com limiares audiométricos entre O e 20 dBNA, expostos e não expostos a ruído ocupacional, na busca de alternativas para detecção precoce de alterações auditivas causadas pelo ruído. Foram avaliados dois grupos de 80 sujeitos, pareados com relação ao sexo e idade, com resultados do teste de imitância acústica dentro dos padrões de normalidade, sendo um deles não exposto e o outro exposto a ruído ocupacional há pelo menos um ano. Além da anamnese clínica e ocupacional, foram obtidos registros de emissões otoacústicas por transiente evocado e por produto de distorção para investigar possíveis alterações não observadas na audiometria. A prevalência de respostas ausentes em pelo menos uma orelha, no teste de emissões otoacústicas por transiente evocado, foi maior no grupo exposto (68,7%) do que no grupo não exposto (55,7%). O mesmo ocorreu para o teste de emissões otoacústicas por produto de distorção, onde observamos 58,7% de respostas ausentes em pelo menos uma freqüência entre os expostos, contra 30,0% nos não expostos. A análise estatística indicou relação para um nível de significância de 0,5% entre ser exposto a ruído ocupacional e apresentar respostas alteradas nos testes de emissões otoacústicas. O teste das medianas das amplitudes de respostas das emissões otoacústicas por produto de distorção, indicaram diferenças estatisticamente significantes (p < 0,05) nas freqüências de 5k e 6kHz, entre os dois grupos. Os resultados indicaram que a exposição a ruído ocupacional pode implicar em alterações nos registros dos testes, sugerindo que as emissões otoacústicas podem ser um importante instrumento de vigilância epidemiológica de alterações auditivas, mesmo em indivíduos portadores de limiares audiométricos dentro dos padrões de normalidade.

The goal of this research was to compare otoacoustic emissions (OAEs) results between two groups of subjects with normal audiometric thresholds, searching for alternativas for the early detection of the auditory effects of noise. One of the groups was exposed to occupational noise and the other was not. Two groups of 80 subjects each, matched by gender and age, with normal immittance audiometry results, were evaluated. The noise exposed group worked in a noisy environment for at least one year. Data were collected through an occupational and clinical interview, transient otoacoustic emissions (TOAE) and distortion product otoacoustic emissions (DPOAE) testing, in order to investigate for possible dysfunctions not observed in the pure tone audiometry (PTA). The prevalence of absent TEOAE was higher in the noise-exposed group (68,7%) than in non-exposed (55,7%). Similar results were observed for DPOAE with 58,7% of absent responses in at least one band frequency for the noise-exposed, against 30,0% in the non-exposed. The statistical analysis indicated a significance level of 0.5% between the exposed group and abnormal responses for the OAEs. The median test for the responses amplitudes for the DPOAE indicated statistic significant differences (p < 0,05) for the band frequencies of 5k and 6kHz, between the 2 groups. The results indicated that the occupational noise exposure can result in abnormal OAE responses suggesting that this test can be an important tool for epidemiological surveillance of hearing lesses, even in subjects that show normal PTA thresholds.