Cash transfer programs typically have null or minor effects on beneficiaries' labor supply. This study adds to the literature by examining a large-scale income transfer program in Brazil during the COVID-19 pandemic: the Auxílio Emergencial (AE). This scenario could arguably be most conducive for beneficiaries to exit the labor market as a means of pandemic protection. Our findings for the aggregate labor force align with the literature consistently showing no effect of the transfer on the chance of being active in the labor market. Yet, when disaggregating these effects for those initially active and inactive in the labor market during the baseline period, it was identified offsetting effects for each group, leading to the overall null effect. The benefit positively impacted the inactive, first towards informality or unemployment, but positively towards formality after 4 months of exposure. This suggests that those outside the labor market might have used the aid to acquire tools for informal work or to seek better jobs in the short term. Heterogeneous effect analysis reveals this effect is even stronger for minorities, such as women, non-whites, and residents of the North and Northeast regions. Conversely, the Auxílio Emergencial reduced the labor supply of those who were already active in the baseline period, particularly among informal workers or the unemployed. This effect is also more pronounced for women, likely linked to single mothers who received double the benefit, and for whites, probably due to the higher total income associated with this group. Thus, the program seems to provide some protection against the virus for this segment of the population, which is seem as a "positive"result in this context.

Programas de transferência de renda tipicamente têm efeitos nulos ou pequenos na oferta de trabalho dos beneficiários. Este estudo contribui para a literatura ao examinar um programa de transferência de renda em larga escala no Brasil durante a pandemia de COVID-19: o Auxílio Emergencial (AE). Este cenário poderia ser propício para que os beneficiários saíssem do mercado de trabalho como forma de proteção contra a pandemia. Nossos resultados para a força de trabalho agregada estão alinhados com a literatura, mostrando consistentemente nenhum efeito da transferência na chance de estar ativo no mercado de trabalho. No entanto, ao desagregar esses efeitos para aqueles inicialmente ativos e inativos no mercado de trabalho no período base, identificou-se efeitos compensatórios para cada grupo, levando ao efeito nulo geral. O benefício impactou positivamente os inativos, primeiro para a informalidade ou desemprego, mas positivamente para a formalidade após 4 meses de exposição. A análise de efeitos heterogêneos revela que esse efeito é ainda mais forte para minorias, como mulheres, não brancos e residentes das regiões Norte e Nordeste. Isso sugere que aqueles fora do mercado de trabalho podem ter usado a ajuda para adquirir ferramentas para trabalho informal ou para buscar empregos melhores a curto prazo. Em oposição, o Auxílio Emergencial reduziu a oferta de trabalho daqueles que já estavam ativos no período base, especialmente entre trabalhadores informais ou desempregados, sendo esse efeito mais pronunciado para mulheres, possivelmente ligado a mães solteiras que receberam o dobro do benefício, e para brancos, provavelmente devido à maior renda total associada a esse grupo. Assim, o programa parece oferecer alguma proteção contra o vírus para este segmento da população, o que é visto como um resultado "positivo"neste contexto.