A crescente preocupação com poluentes emergentes e seus impactos sobre corpos hídricos tem impulsionado diversos estudos. As análises ecotoxicológicas são uma das alternativas que auxiliam na investigação dos potenciais tóxicos de xenobióticos quando inseridos em sistemas ambientais, através das respostas de organismos modelos. Microplásticos (MPs) e pesticidas, em especial o imidacloprido (IMI), são compostos que têm sido cada vez mais verificados, mesmo em concentrações na ordem de micro ou nanogramas, em corpos d'água. Esses compostos apresentam uma capacidade química sinérgica com grande risco potencial para os ecossistemas. O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos toxicológicos do imidacloprido comercial (IMIc) e padrão (IMIp), associados ou não aos microplásticos de polietileno, em partículas virgens e fragmentadas, através de seus efeitos toxicológicos agudos, crônicos e de estresse oxidativo sobre o organismo modelo, o microcrustáceo Daphnia similis. A caracterização físico-química dos MPs foi realizada por Espectroscopia de Infravermelha por Transformada de Fourier (FTIR-ATR), Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) e quantificação e mensuração por câmara de Sedgewick e Malvern 2000. Os IMIs foram caracterizados por espectrofotometria UV-Vis e submetidos a teste e avaliação de cinética de adsorção junto aos MPs. A combinação e mistura dos compostos apresentaram mudanças significativas na resposta de estresse oxidativo, no desbalanço redox dos organismos, apresentando maiores variações de atividades enzimáticas para os MPs quando associados aos pesticidas em relação aos compostos analisados isoladamente, expressando maior potencial tóxico quando em combinações. Assim, o estudo ecotoxicológico das amostras de IMI comercial e padrão mostraram-se fundamental no processo de avaliação dos MPs quando associados aos pesticidas, fornecendo informações sobre os potenciais impactos desses compostos no ecossistema aquático, além de verificar-se como mais uma ferramenta de contribuição no controle, regulamentação e remediação dos mesmos.

The growing concern about emerging pollutants and their impacts on water bodies has driven several studies. Ecotoxicological analyses are one of the alternatives that help investigate the potential toxicity of xenobiotics when inserted into environmental systems through the responses of model organisms. Microplastics (MPs) and pesticides, especially imidacloprid (IMI), are compounds that have been increasingly detected in water bodies, even at micro- or nanogram levels. These compounds have a synergistic chemical capacity with a great potential risk to ecosystems. The study aimed to evaluate the toxicological effects of commercial (IMIc) and standard (IMIp) imidacloprid associated or not with virgin and fragmented polyethylene microplastics through their acute, chronic, and oxidative stress toxicological effects on the model organism, the microcrustacean Daphnia similis. The physicochemical characterization of MPs was performed by Fourier Transform Infrared Spectroscopy (FTIR-ATR), Scanning Electron Microscopy (SEM), and quantification and measurement by Sedgewick and Malvern 2000 chambers. The IMIs were characterized by UV-Vis spectrophotometry, and subjected to adsorption kinetics tests and evaluation with MPs. The combination and mixture of compounds presented significant changes in the oxidative stress response, with a redox imbalance of organisms, showing greater variations in enzymatic activities for MPs when associated with pesticides than for the analyzed compounds isolated and separately, expressing greater toxic potential when in combinations. Thus, the ecotoxicological study of commercial and standard IMI samples proved to be fundamental in the evaluation process of MPs when associated with pesticides, providing information on the potential impacts of these compounds on the aquatic ecosystem, as well as verifying it as another contribution tool in the control, regulation, and remediation of these pollutants.