Procurou-se estudar o comportamento de 78 diferentes genótipos de milho, constituído de milho comerciais de várias regiões do Brasil e raças da América Latina, nas formas de milho em palha e debulhado; quanto ao ataque do Sitophilus zeamais Motschulsky, 1855, nas condições de laboratório. Na experimentação com milho em palha, usou-se como parâmetro para avaliar o grau de infestação do Sitophilus zeamais, nos diferentes genótipos, a percentagem de grãos danificados pelo gorgulho, que foi obtida através de uma escala visual de dano elaborada por KIRK & MANWILLER (1964). Os genótipos Pipoca Amarela - IPEACO, Piracar e Maya VII - RPE III, foram as mais resistentes ao Sitophilus zeamais, enquanto que os milhos Composto Canário 8, RGS IX, Milho Sintético-9 e RGS V, apresentaram-se como os mais suscetíveis. Fez-se um estudo de correlação e regressão múltipla, tendo verificado que a ordem decrescente de importância das variáveis estudadas em relação ao grau de dano do Sitophilus zeamais, foi: comprimento da palha além da ponta da espiga, dureza costal dos grãos, dano das lagartas de Helicoverpa zea, comprimento da espiga, dureza visual dos grãos, comprimento da espiga com palha, abertura da extremidade da palha, pressão da palha com o pino, número de palha. O coeficiente de determinação mostrou que dentre os 78 genótipos de milho, somente 35,14% do grau de infestação do gorgulho era explicado por estas nove variáveis. As correlações simples e parciais entre o grau de infestação do Sitophilus zeamais e as oito características estudadas dos diferentes genótipos de milho, crescidas do dano das lagartas de Helicoverpa zea, foram baixas, embora significativas. Verificou-se que a dureza costal dos grãos parece ser um fator de resistência do milho ao Sitophilus zeamais, e que a técnica de classificação visual, pode ser usada para caracterizar o milho, quanto a dureza. Chegou-se a conclusão que a resistência dos genótipos não tem nenhuma relação com a cor dos grãos. Na experimentação com milho debulhado, adotou-se o método de confinamento, desenvolvido por DIAZ (1967), para avaliar a resistência dos genótipos de milho ao Sitophilus zeamais. De cada genótipo de milho determinou-se a cor, dureza costal, da ponta e visual dos grãos, obteve-se a geração F₁, do Sitophilus zeamais, registrando-se o número, o tempo médio de desenvolvimento da infestação até a emergência e peso médio individual dos adultos do gorgulho nascidos dos diferentes genótipos. Verificou-se uma influência altamente significativa dos genótipos de milho sobre o número de Sitophilus zeamais, nascidos dos mesmos, bem como no tempo médio da infestação até a emergência dos adultos. Estes dois parâmetros serviram para discriminar os genótipos segundo sua resistência. Dos resultados obtidos, pode-se dizer que os genótipos SAVE 239 e Azteca prolífico VII x SRRD-2-1, foram os mais resistentes, enquanto que os milhos IAC Milho doce Cubano e Composto Canário 8, comportaram-se como os mais suscetíveis ao Sitophilus zeamais. A dureza da ponta dos grãos, pareceu ser um fator de resistência de milho debulhado ao Sitophilus zeamais, o contrário ocorreu com a dureza costal dos grãos. Verificou-se que os machos do Sitophilus zeamais, foram mais pesados que as fêmeas, independentemente do genótipo no qual eles se desenvolveram. Ficou evidenciado, que as técnicas do penetrômetro e da classificação visual, podem ser usadas para caracterizar o milho, quanto a dureza. Chegou-se a conclusão que a resistência dos genótipos de milho não tem nenhuma relação com a cor dos grãos. O comportamento dos 78 genótipos de milho na forma de milho em palha, em relação ao ataque do Sitophilus zeamais, pareceu não concordar com o comportamento encontrado para os mesmos, quando debulhado, provavelmente devido a uma relação positiva da dureza costal e da ponta dos grãos, respectivamente com a resistência a Sitophilus zeamais.

The behavior of 78 genotypes of corn, including commercial varieties from Brazil and races from Latin America, was studied, in the shuck and as grain, in relation to the rice weevil, Sitophilus zeamais Motschulsky, 1855. The corn in the shuck was infested individually, ear by ear, and after 100 days, graded from 0 to 5, as described by KIRK and MANWILLER (1964). The least damaged genotypes, in the shuck, were Pipoca Amarela – IPEACO, Piracar, Maya VII - RPE III, and the most damaged were Composto Canário 8, RGS IX, Milho Sintético-9 and RGS V. The observed characteristics in decreasing order of relation to resistance were: length of the tip of the shuck, hardness of kernels in the costal region, corn earworm damage, length of the cob, hardness estimated visually, total length of the shuck, looseness of the shuck tip, resistance to penetration of an iron pine through the tip and shuck number. Only 35,14% of the variation in the degree of infestation could be explained through these variables. The coloration of the kernels did not show any relation to the degree of infestation. The performance of the genotypes, as grain, was judged by the numbers of rice weevils which emerged from samples of 10 g of each genotype, infested with 20 adults, confined over each one, without choice. The weevils weight and time for development were also observed. There was significate influence of the genotypes on the numbers of weevils emerged and on the time for development, but not on the weevils weight. The least damaged were Save 239 and Azteca prolífico VII x SRRD-2-1 and the most IAC Doce cubano and Composto canário 8. There was no relation between the hardness of the costal region of the kernels and the numbers of weevils emerged, but there was a small but significate negative relation, between the hardness measured in the tip region of the kernel and number of weevils emerged. The males weighted more than the females, in all genotypes. Some genotypes performed differently in the shuck and as grain. This is probably due to the observed relation between harness of the costal region and resistance when corn is in the shuck, and total absence of this relation when hulled. One may expect flint corn to be less damaged than dent corn when tested in the shuck, but when tested as grain corn the performance is unpredictable.