Este trabalho analisa as potencialidades da fronteira agrícola como geradora de empregos, tomando como ponto de partida as tendências demográficas registradas nas áreas fronteiriças durante as últimas décadas, particularmente, no Estado de Goiás, na década de 1970-80. Especificamente, trata-se de tentar determinar os principais fatores, tanto de ordem estrutural (forma de propriedade e uso da terra), como de ordem política (políticas agrícolas, legislação, etc.) e de ordem de mercado de insumos e produtos, associados às alterações verificadas na importância relativa da agricultura goiana como absorvedora de mão-de-obra do Estado. Utilizou-se basicamente o Censo Agropecuário de 1975, complementando-o com dados do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, Departamento de Estradas de Rodagem de Goiás e da Secretaria da Educação do Estado de Goiás. Considerou-se a divisão do Estado em microrregiões, calculando-se trinta (30) variáveis para cada uma delas. Essas variáveis foram selecionadas de maneira a caracterizar cinco (5) aspectos de cada microrregião: estrutura agrária, modernização da agricultura, relações de trabalho, desenvolvimento industrial e infraestrutura e comunicações. Desenvolveu-se com esse conjunto de variáveis análises estatísticas (análise fatorial e de regressão) visando evidenciar a interferência relativa de cada característica básica escolhida, sobre a utilização da mão-de-obra na agricultura goiana. Os resultados da pesquisa sugerem que tanto a modernização quanto a maior importância relativa das lavouras tem efeitos positivos sobre o emprego. A infra-estrutura de rodovias, armazéns e expansão da rede escolar, associada ao desenvolvimento industrial contribuem para que haja maior interação setorial da economia e com isto, influem positivamente sobre a utilização da mão-de-obra agrícola. E finalmente, tanto a presença de latifúndios por exploração como a maior importância relativa da pecuária extensiva, são fatores preponderantes no desestímulo ao emprego da mão-de-obra- bra em Goiás.

This work analyses the agriculture frontier potentialities as source or jobs, considering initial mark the demographic tendencies registered in frontier areas during last decades, particularly the decade 1970-80 in the State of Goiás. Specifically, it is a tentative to determine the principal factors whether of Structural order (ownership and land use) or of political order (agricultural policies, law, etc.) and of input and output market order, associated to changes verified in the relative importance of Goiás agriculture as an user of labor service in the State. Basically, the 1975 Agricultural Census was used complimented by data from the National Institute for Colonization and Agrarian Reform, State Road Department and Goias Education Secretary. The State is divided in micro-regions and it was calculated 30 (thirty) variables for each region. These variables were selected to characterize 5 (five) different aspects in each region: agrarian structure, agriculture modernization, working relations industrial development and substructure and communications. Statistical analysis were developed using this set of variables (factorial and regression analysis), aiming to demonstrate the relative interference caused, by each selected basic characteristic upon the utilization of the labor in Goias agriculture. The research results suggest that modernization as well as the greater relative importance of crops have positive effects on employment. The roads network; warehouses and the expansion of school network associated to industrial development contribute to a greater sectorial interaction of the economy and so influence positively the utilization of agriculture labor services. Finally, the existence of latifundium by exploration as well as the greater relative importance of extensive cattle raising are predominant factors for limiting the use of labor services in Goias.