A presente tese tem como objetivo mapear quais são os aspectos a serem desenvolvidos, prioritariamente, em um modelo de formação empreendedora destinado ao Microempreendedor Individual (MEI). Para tal, toma-se como ponto de partida o arcabouço teórico que constituiu as características do comportamento empreendedor de McClleland (1972). Este modelo classifica os empreendedores em dois grupos - os denominados nativos e os inativos - a depender das características de comportamento apresentadas. De maneira análoga, neste trabalho, desenvolve-se uma tipologia para a figura do MEI: o MEI nativo e inativo (semelhantes à lógica de McClleland, porém adaptados ao contexto político, econômico e social do MEI), o MEI por conveniência e o MEI espúrio (estes últimos dois admitidos como não empreendedores). A partir desta classificação, o enfoque é dirigido aos dois grupos empreendedores, a fim de responder à seguinte questão: Quais das características do comportamento empreendedor necessitam ser desenvolvidas para aproximar o MEI inativo daquele nativo, ou ainda, torná-lo nativo? Empiricamente, estas características são mapeadas em 86 MEIs na cidade de são Paulo, a partir de um questionário survey baseado em Vilas Boas (2015). Os resultados indicam que os MEIs nativos e inativos não se diferenciam tanto daqueles de McClleland, o que permite a replicação teórica. Apesar disso, são identificadas dificuldades nos aspectos "Correr riscos calculados", "Persuasão e Redes de contatos", "Planejamento/Monitoramento sistemáticos" e "Estabelecimento de metas", demonstrando que as principais dificuldades da ação empreendedora estão vinculadas às categorias de "Planejamento e Poder".

This thesis aims to map which are the aspects to be developed as a priority in an entrepreneurial training model destined to the Individual Microentrepreneur (MEI). Therefore, the starting point is the theoretical framework of McClelland's (1972) that constituted the characteristics of entrepreneurial behavior. In this model, entrepreneurs are classified into two groups - called native and inactive - according to their behavioral characteristics. Similarly, this thesis develops a typology for the MEI: the native MEI and the inactive MEI (such as McCleland's logic, but adapted to the political, economic, and social context of the MEI), for convenience MEI and spurious MEI (the latter two admitted as non-entrepreneurs). Based on this classification, the two entrepreneurial groups are focused on to answer the following question: What characteristics of entrepreneurial behavior need to be developed to bring the inactive MEI closer to the native MEI, or even to make it native? Empirically, these characteristics were mapped in 86 MEIs in the city of São Paulo using a questionnaire survey based on Vilas Boas (2015). The results indicate that the native and inactive MEIs are not that different from McCleland's, allowing for theoretical replication. Despite this, difficulties have been identified in "Taking calculated risks","Persuasion and networking", "Systematic planning/monitoring" and "goal setting", showing that the main difficulties in entrepreneurial action are linked to the categories of "Planning and Power".