O arcabouço deste trabalho se organiza a partir da investigação do plástico, seja como matéria de trabalho artístico, conceito físico, possibilidade criativa e de imaginação. O ponto de partida é a pesquisa de trabalhos de arte e projetos cujas existências criam tensões e deformações plásticas nos conceitos e práticas dos museus. Essas deformações se configuram como subversões de usos já preestabelecidos, rupturas temporais, transformações espaciais, fissuras nas regras tradicionais e são fundamentais para a reflexão, investigação sobre a musealização da arte e a experiência nos museus. A pesquisa também se posiciona em torno dos diálogos e interferências da atuação artística nas camadas que compõem a institucionalidade dos museus: suas práticas de preservação e de conservação, suas práticas de coleção, seus públicos, suas arquiteturas e seus territórios. Portanto, o plástico e o conceito de plasticidade se apresentam no texto através de uma montagem curatorial de obras de arte que, em conjunto, conformam uma perspectiva crítica das relações entre a arte contemporânea, museologia e a arquitetura dos museus. Além dos trabalhos de arte, é de extrema importância o estudo e análise dos textos teóricos elaborados a partir da reflexão sobre a fisionomia dos museus, da arte e de seus diálogos cruzados na contemporaneidade, entendendo o museu como um lugar de muitas contradições, ao mesmo tempo que pode ser um lugar fecundo como espaço de criação. As obras, projetos e intervenções investigadas buscam colocar centralidades nos elementos como o contexto político ou urbano, o substrato arquitetônico espacial, a lógica de fruição e experiência, de modo a questionar e provocar alterações na vivência e uso dos museus pelos seus trabalhadores, públicos e artistas. Assim, o conceito e funções tradicionais dos museus passam a ser ampliados ou questionados, passando por reformulações e atualizações.

The framework of this work is organized based on the investigation of plastic, whether as a material for artistic work, a physical concept, creative possibility and imagination. The starting point is the research of works of art and projects whose existence creates wear and plastic deformations in the concepts and practices of museums. These deformations are configured as subversions of already pre-established uses, temporal ruptures, spatial transformations, cracks in traditional rules and are fundamental for reflection, investigation into the musealization of art and the experience in museums. The research is also positioned around the dialogues and interferences of artistic performance in the layers that make up the institutionality of museums: their preservation and conservation practices, their collection practices, their audiences, their architectures and their territories. Therefore, plastic and the concept of plasticity are presented in the text through a curatorial assembly of works of art that, together, form a critical perspective on the relationships between contemporary art, museology and museum architecture. In addition to works of art, it is extremely important to study and analyze theoretical texts drawn from reflection on the physiognomy of museums, art and their cross-talks in contemporary times, understanding the museum as a place of many contradictions, at the same time at the same time that it can be a fruitful place as a space for creation. The works, projects and interventions investigated seek to place centralities in elements such as the political or urban context, spatial development, the logic of fructification and experience, in order to question and provoke changes in the experience and use of museums by their workers, public and artists. Thus, the traditional concept and functions of museums begin to be expanded or questioned, undergoing reformulations and updates.