Desde os anos 90, há um aumento de pesquisas sobre as preferências e características individuais dos estudantes, destacando as Estratégias de Aprendizagem (EA) como ferramentas essenciais para aprender melhor. As EA são definidas como passos dados pelos estudantes para melhorar sua própria aprendizagem (Oxford, 1990). Neste sentido, investigamos as EA utilizadas por estudantes do curso de Letras da Universidade de São Paulo (USP) através de um questionário e suas relações com a autonomia. Nosso principal objetivo é levantar os conhecimentos e experiências com EA e seu impacto na aprendizagem de Alemão como Língua Estrangeira (ALE). Nos baseamos em diversas fontes teóricas sobre a definição de EA e taxonomia (Oxford, 1990; Bimmel; Rampillon; Meese, 2000); a utilização de EA em diferentes âmbitos de ensino de ALE no Brasil e impactos no desenvolvimento da autonomia (Aquino; Schmidt; Feitosa, 2022; Carvalho, 2016; Kunrath; Limberger, 2019; Stanke, 2008; Ten Kathen, 2016); e discussões sobre metacognição e conhecimento estratégico (Mussini, 2002; Flavell, 1979; Jou, Sperb, 2006). As análises se encaminharam a partir de quatro hipóteses: (i) os estudantes conhecem e as EA diretas e indiretas e seu uso potencial; (ii) utilizam EA para alcançar objetivos na aprendizagem de ALE; (iii) podem se tornar mais autônomos através do uso das EA diretas e indiretas; (iv) se interessam pelo tema das EA. A pesquisa aconteceu em duas etapas, a primeira com questionário piloto (Paiva, 1998) e a segunda com ampliação do questionário e utilização da metodologia episódica (Flick, 2012). As 24 respostas possibilitaram uma análise abrangente conforme as hipóteses estabelecidas. Os resultados indicam a utilização de várias estratégias diretas e indiretas no processo de aprendizagem de ALE nesse contexto. Identificamos objetivos e desafios, compreendendo que as EA podem promover a autonomia. Também enfatizamos a influência das crenças e aspectos pessoais dos estudantes na adoção dessas estratégias. Concluímos que há uma necessidade de reflexão sobre o papel das EA no ensino do ALE em ambiente acadêmico, uma vez que esse tema se relaciona com a formação de futuros professores de alemão

Since the 1990s, there has been an increase in research on students' preferences and individual characteristics, with a focus on Learning Strategies (LS) as essential tools for enhanced learning. LS are defined as steps taken by students to improve their own learning (Oxford, 1990). In this regard, we investigated the LS used by students in the Letters course at the University of São Paulo (USP) through a questionnaire and their relationships with autonomy. Our main objective is to gather knowledge and experiences with LS and their impact on learning German as a Foreign Language (GFL). We relied on various theoretical sources on the definition of LS and taxonomy (Oxford, 1990; Bimmel; Rampillon; Meese, 2000); the use of LS in different contexts of GFL teaching in Brazil and its impacts on autonomy development (Aquino; Schmidt; Feitosa, 2022; Carvalho, 2016; Kunrath; Limberger, 2019; Stanke, 2008; Ten Kathen, 2016); and discussions on metacognition and strategic knowledge (Mussini, 2002; Flavell, 1979; Jou, Sperb, 2006). The analyses were guided by four hypotheses: (i) students are aware of both direct and indirect LS and their potential use; (ii) they use LS to achieve goals in GFL learning; (iii) they can become more autonomous through the use of both direct and indirect LS; (iv) they are interested in the topic of LS. The research took place in two stages, the first with a pilot questionnaire (Paiva, 1998) and the second with an expanded questionnaire and the use of episodic methodology (Flick, 2012). The 24 responses allowed for a comprehensive analysis according to the established hypotheses. The results indicate the use of various direct and indirect strategies in the GFL learning process in this context. We identified goals and challenges, understanding that LS can promote autonomy. We also emphasized the influence of students' beliefs and personal aspects in adopting these strategies. We conclude that there is a need for reflection on the role of LS in GFL teaching in academic settings, as this topic is related to the training of future German teachers