Em Contos de Kolimá, Varlam Chalámov1 relata sua experiência no mundo dos campos de trabalho soviéticos. Na primeira parte deste estudo, procura-se elencar os principais aspectos formais da obra de Chalámov: como representar a experiência. Sua obra comunica uma forma de fazer literatura, uma nova prosa, que expande ainda mais as discussões de gêneros e formas literárias. Na segunda parte deste Estudo, o foco recai sobre a Inúmeras personagens que compõem essa moldura: o blatar, prisioneiro já formado pelas leis da bandidagem; o portchak, um criminoso esporádico, parcialmente corrompido, mas ainda não um blatar; o fráier, um homem comum, ingênuo no mundo do crime e vítima dos outros presos. Nas palavras de Chalámov, a experiência no campo constitui uma escola negativa, sugerindo assim uma nova formação para todos os que passem por lá. Para ancorar o motivo da formação, analisa-se o conto O curso, que tematiza o aprendizado de Chalámov como profissional da saúde em Kolimá

In Kolyma Tales, Varlam Salamov recounts his experience in the world of Soviet labor camps. The first part of this study looks at the main formal aspects of Shalamovs work: how to represent his experience. His work communicates a way of doing literature, a new prose, which further expands discussions of literary genres and forms. In the second part of this study, the focus is on the numerous characters that make up this framework: the blatar, a prisoner already formed by the laws of banditry; the portchak, a sporadic criminal, partially corrupted, but not yet a blatar; the fraier, an ordinary man, naïve in the world of crime and a victim of the other prisoners. In Shalamovs words, the experience in the camp constitutes a negative school, thus suggesting a new formation for all those who pass through it. The story The Course, which deals with Shalamovs apprenticeship as a health professional in Kolyma, is analyzed to anchor the reason for the training